Tubarões: Por que praias do litoral de SP são rotas para esses temidos animais

Temidos e até mesmo demonizados, especialmente pelo cinema dos Estados Unidos, os tubarões são personagens frequentes nas praias do litoral de São Paulo, incluindo em Santos. Por mais surpreendente que seja, a presença desses animais é um fenômeno comum e natural.

Além disso, o pavor da possibilidade de encarar um desses predadores perto da costa não se justifica. De acordo com especialistas e estatísticas, o perigo de acidentes envolvendo tubarões é extremamente baixo.

“A presença de tubarões é comum no litoral, incluindo a cidade de Santos”, afirmou o professor e biólogo Otto Bismarck Gadig, em entrevista para o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).

Ele relatou, ainda, que, somente em 2023, houve dois avistamentos na baía de Santos, “onde existem duas saídas de estuário muito propícias”.

Gadig destacou, também, que as condições geográficas e ecológicas da região favorecem a passagem de tubarões, principalmente espécies de pequeno e médio porte que não representam perigo. Com essas saídas de estuário, os tubarões, com frequência, se aproximam em busca de alimentos. 

Porém, a presença desses animais não quer dizer que as praias locais se tornaram perigosas. O professor e biólogo esclareceu que a chance de um acidente com tubarões é remota.

Informações do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões revelam que, entre 1931 e 2023, ocorreram 89 casos de ataques em todo o Brasil.

Do total, somente 11 foram registrados no estado de São Paulo, o que inclui, evidentemente, municípios do litoral, como Santos. Os números, portanto, demonstram a baixa probabilidade de problemas desse tipo em águas paulistas.

Maioria é inofensiva aos humanos

Gadig ressaltou a importância de as pessoas entenderem que a maioria das espécies que frequenta o litoral paulista é inofensiva para os seres humanos.

O comportamento natural desses animais, ao contrário do que se propaga, principalmente no cinema, é evitar o contato com pessoas. A aproximação com o ser humano acontece, em geral, de maneira acidental, conforme informações do Diário do Litoral.

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