Prefeituras do litoral de SP articulam ação conjunta para coibir “rachas” de charretes
A prática se tornou frequente nas praias da região, inclusive, provocando a morte de uma turista na praia de Santa Cruz, divisa entre Peruíbe e Itanhaém
Após a morte da turista Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, na praia de Santa Cruz, divisa entre Peruíbe e Itanhaém, prefeituras do litoral de São Paulo resolveram se mobilizar.
Representantes das administrações municipais se reuniram, nesta terça-feira (1º), para articular ações com o objetivo de coibir “rachas” de charretes nas praias da região.
Thalita passeava de bicicleta quando foi atingida violentamente por uma charrete. Ela morreu depois de ficar internada por dois dias. O condutor da charrete nega que se tratava de “racha”.
Na reunião entre as prefeituras, realizada na Delegacia Seccional de Itanhaém, que também contempla Peruíbe, foi definido que haverá um revezamento entre as duas cidades para realizar o monitoramento das praias.
A ideia é que as equipes dos municípios promovam rondas entre 7 e 17 horas. A medida deve começar a valer no próximo final de semana.
Além disso, serão instaladas seis câmeras na região onde aconteceu a tragédia, local utilizado com frequência para essa prática. Quatro equipamentos serão da prefeitura de Itanhaém e dois de Peruíbe.
O delegado da seccional Archimedes Cassão Veras Júnior destacou que o objetivo é que o plano iniba os rachas na região. “Essas práticas clandestinas causam os maus-tratos dos animais, visam o lucro e podem causar o risco de morte a pessoas e animais”, declarou, de acordo com reportagem do Santa Portal.
Archimedes afirmou, ainda, que, antes do caso que provocou a morte da turista, “rachas” já ocorriam com frequência. “Eles atuam sempre sorrateiramente, procuram evitar ação policial ou ação de algum agente público”.
O que diz o condutor da charrete
O delegado Arilson Veras Brandão, da Polícia Civil de São Paulo, colheu, nesta segunda-feira (31), o depoimento do condutor da charrete que atropelou e matou a ciclista.
Preso no sábado (29), Rudney Gomes Rodrigues, de 31 anos, cumpre prisão temporária na cadeia de Peruíbe. O delegado informou que ele negou participar de qualquer tipo de “racha” ou corrida e alegou que estava testando uma égua que tinha acabado de adquirir.
Porém, Gabriela Ferreira Neves de Andrade, amiga da vítima, estava no local no momento do atropelamento. Ela afirmou à polícia que o condutor participava de um “racha” com outra charrete quando atropelou a ciclista.

O que dizem moradores e comerciantes
Moradores e comerciantes locais afirmaram que a prática de “rachas” de charretes acontecem aos finais de semana há, pelo menos, três anos.
Além disso, “treinos” para os “rachas” também ocorrem, às vezes, durante dias úteis, ainda conforme informaram os moradores.
As testemunhas disseram, também, que a maioria dos cavalos utilizados é trazida de cidades como São Vicente e Praia Grande.
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