OPINIÃO

Folha usa "passado sombrio de Silva" para atacar Lula, mas ignora passado e presente dos Frias

Folha distorce reportagem reproduzida do The New York Times e usa sobrenome de 5 milhões de brasileiros para atacar Lula. Jornal do clã Frias, no entanto, ignora aliança com fascismo na Ditabranda e com Jair "Aceitem a democracia" Bolsonaro

Luiz Frias e a Folha, ontem e hoje, defendendo o fascismo.Créditos: Reprodução / Agência Brasil
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Cada dia mais alinhada ao neofascismo de Jair Bolsonaro (PL), que ganhou até mesmo espaço para defender em artigo a "democracia", a Folha de S. Paulo reproduziu, com contextualização própria nas redes, uma reportagem surreal falando do "passado sombrio de Silva" para atacar Lula.

A "reportagem", de autoria de Ana Ionova, do The New York Times, remonta ao sobrenome de mais de 5 milhões de brasileiros, que foi adotado principalmente aos negros escravizados para denotar a propriedade do ruralista escravizador.

No entanto, a Folha ilustrou com a imagem de Lula, que também é Silva - e citado na reportagem -, com uma descrição provocativa nas redes sociais.

"Conheça o passado sombrio de Silva, sobrenome de 5 milhões brasileiros. Sobrenome de presidentes e estrelas do futebol há muito tempo carrega um estigma devido às suas ligações coloniais; agora, muitos veem seu legado de novas maneira", diz o texto publicado na rede X nesta sexta-feira (6) com a foto de Lula.

Para atacar o presidente, a Folha faz uma manipulação descarada da própria reportagem, que fala exatamente que o sobrenome "é uma herança de um capítulo sombrio da história do Brasil". Ou seja, não é o sobrenome que é sombrio, mas sim o período histórico, da época da escravidão.

Ditabranda e "Aceitem a Democracia"

Linha auxiliar da Ditadura Militar, quando forneceu carros ao regime autocrático para raptar pessoas que seriam torturadas e até mortas nas colunas do Doi-Codi, a família Frias, dona da Folha, dá de ombros, no entanto, para o passado e o presente do próprio sobrenome.

Em 2009, o clã Frias fez uma apologia do regime de tortura no Brasil classificando o período como "ditabranda" em editorial.

Detratora há décadas de Lula, o jornal também serviu de repositório para as teses tresloucadas de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e a trupe lavajatista no lawfare que levou o presidente à prisão e abriu caminho para Jair Bolsonaro chegar à Presidência.

No presente, sem ao menos ser julgado pela tentativa de golpe, Bolsonaro se coaduna cada dia mais com o clã Frias, que coloca a Folha como porta-voz do neofascismo no Brasil.

A aliança foi selada com o artigo em que o golpista defende a democracia. Mas o ápice da canalhice da família Frias aconteceu nesta sexta-feira, quando distorceu a própria reportagem e atacou 5 milhões de brasileiros - entre eles, este Plínio Teodoro DA SILVA que aqui escreve - para atacar Lula.

O clã deveria se preocupar mais com o passado e o presente do sobrenome Frias, em vez de criar factoides sobre os Silva.

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