As recentes temporadas do Fluminense, com três técnicos em um ano, mostram uma simples constatação: o ciclo virtuoso do time formado a partir do título do Carioca 2022, e que teve seu ápice com a conquista da Libertadores em 2023 está encerrado.
O desastre da temporada 2024, quando quase foi rebaixado no Campeonato Brasileiro já era o indicativo da decadência tática, técnica e física do grupo que conquistou o título mais importante da história do Fluminense.
Após a conquista da Recopa Conmebol, no início de 2024, ficou evidente a queda de rendimento dos campeões. Fernando Diniz no Carioca já não conseguia manter a performance da equipe, reforçada por jogadores em final de carreira como Renato Augusto, Douglas Costa e outros. Após um início tenebroso no BR 24, Diniz foi demitido com um aproveitamento pífio com apenas seis pontos, após 11 jogos, com sete derrotas, três empates e apenas uma vitória. O time que foi considerado um carrossel, vinha se arrastando com veteranos como Marcelo e Felipe Melo, que se aposentaram ainda em 2024.
Mano Menezes chega com a missão de manter o time na 1ª divisão, tendo cumprido sua tarefa às duras penas na última rodada em vitória surpreendente contra o Palmeiras na última rodada, quando ganhou por 1x0, em São Paulo. Mano ainda no comando do time fracassou nas eliminações da Copa do Brasil e na Libertadores, respectivamente para o Juventude e Atlético-MG.
Mas ainda assim Mano Menezes teve seu contrato renovado para 2025, com o clube contratando jogadores de qualidade duvidosa, gastando mais de R$ 150 milhões. Mano fracassou no Carioca 2025, sendo demitido após a 1ª partida do BR 25, após uma derrota para o Forraleza. Mais uma vez o grupo vencedor não correspondeu. Chega Renato Gaúcho, trazendo um breve alento, com quatro vitórias em sequência mas após uma sequência de derrotas consecutivas para o Botafogo, GV San Jose da Bolívia e Atlético-MG, mais uma vez o grupo de jogadores apresenta as mesmas deficiências de 2024.
Jogadores em queda
Apesar dos 14 gols na temporada , já é nítida a decadência técnica do ídolo Germán Cano. O argentino não consegue acertar passes, perde oportunidades claras de gol por afobação.
Martinelli alterna boas partidas com péssimas atuações, mostrando uma grande irregularidade, na mesma situação de Samuel Xavier.
O habilidoso Keno não tem mais a mesma disposição e técnica que já fizeram bastante diferença.
Já Paulo Henrique Ganso é o que demonstra mais dificuldades em recuperar suas boas atuações, certamente por conta de seu problema sério de saúde, o que acabou por retardar sua pré-temporada. Infelizmente é um ex-jogador em atividade.
Ciclos vitoriosos chegam ao fim
O atual momento me lembra muito o fim do ciclo do time que foi tricampeão carioca de 1983/84/85 e campeão brasileiro de 1984, em que se destacavam a dupla de atacantes Assis e Washington, o "casal 20" e o craque paraguaio Romerito, com o ciclo encerrado em 1988.
A verdade que precisa ser dita é que está chegando ao fim no Fluminense um ciclo de jogadores vitoriosos. O tempo e a decadência técnica e física chegam, somado a isso a composição de um elenco que não apresenta uma transição boa para renovação de sua equipe.
Transição mal feita e incerteza
A falta de paciência com jogadores que chegam da base de Xérem e a contratação de jogadores de qualidade duvidosa contribue bastante para a atual situação.
Enquanto isso se discute a SAF como salvação, e ter a esperança de não fazer uma participação vergonhosa no Mundial de Clubes que será disputado em junho próximo.