Ficou instituído o 6 de setembro, em um golpe de marketing de marca de camisinha, o dia do sexo. A brincadeira clara com uma das mais conhecidas posições a partir da data: 6/9, ou o popular 69 vem para celebrar o impulso – ou a pulsão – preferido dos seres viventes.
E quem brinca com quase toda a espécie viva da face da terra e o hábito do prazer e da reprodução é o compositor americano Cole Porter. A sua genial canção “Let’s do it (Let’s fall in love)”, composta em um inacreditável e longínquo 1928, foi composta para o musical “Paris”, o primeiro grande sucesso do genial compositor na Broadway.
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A composição reitera que pessoas de várias partes e animais de todas as espécies fazem amor. E, em uma quase cantada deliciosa, conclui sempre em seu refrão que, se todos fazem, então façamos, vamos amar.
Entre as inúmeras versões que ela ganhou mundo afora, destaca-se seguramente a de Ella Fitzgerald, lançada em 1957, com um luxuoso acompanhamento da Orquestra Sinfônica de Londres conduzido por Buddy Bregman.
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“Let’s do it (Let’s fall in love)” ganhou uma versão em português, ao lado de várias obras essenciais de Porter, no projeto de 1991, do poeta e compositor Carlos Rennó “Canções, Versões”. Anos depois, em 2002, a cantora Elza Soares a lançou em seu álbum “Do Cóccix até o Pescoço”, com participação do amigo, cantor e compositor Chico Buarque.
A gravação, com produção musical impecável de Zé Miguel Wisnik e Alê Siqueira, é primorosa, pra dizer o mínimo. Os scattings vocais de Elza contrastam com o comedimento do cantor, preenchendo a canção de bom-humor e encanto.
No final das contas e da canção, fica irresistível perguntar, em qualquer data, mas sobretudo nesta: “façamos, vamos amar.”
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