O ator Pedro Cardoso voltou a criticar a Rede Globo, emissora para a qual trabalhou até 2014, ano em que a série 'A Grande Família' terminou e o contrato com o artista não foi renovado.
Durante uma conversa com o site Brasil de Fato, Pedro Cardoso revelou que tem 'absoluta mágoa contra o poder' que a emissora exerce sobre a classe artística.
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'Tenho absoluta mágoa. Não pela maneira como saí, a minha mágoa é contra o poder. A TV Globo não tem abertura para o projeto de um ator', criticou Cardoso.
Em seguida, Pedro Cardoso explica que a emissora não lhe deu abertura para produzir um programa próprio, mesmo tendo dado um bom retorno financeiro à emissora com seu personagem em 'A Grande Família'.
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'Eu me queixo até hoje da TV Globo em relação a isso com o resultado econômico que eu trouxe para ela. Ela tinha o dever social de ter se interessado pelo meu universo criativo. Foi uma mediocridade administrativa e uma habilidade ideológica', disse.
Pedro Cardoso detona Felipe Moura Brasil e Raquel Landim
Em um novo texto nas redes sociais, Pedro Cardoso detonou pela terceira vez o jornalismo da CNN, onde deu uma aula na última sexta-feira (24) e mirou os jornalistas Felipe Moura Brasil e Raquel Landim, críticos ferrenhos de Lula, que apresentam o Arena CNN, 'uma armadilha intelectual, como a imensa maioria dos similares', segundo a definição do ator.
No texto, Cardoso fala da presença do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, que pediu para participar após ataques gratuitos da dupla de jornalistas. E foi atacado por simpatizantes dos apresentadores após destruir os argumentos de ambos.
'Concordo que seja indelicado, e mesmo agressivo, perguntar a um jornalista se ele é jornalista. Mas, vejam, o jornalismo profissional brasileiro está merecendo que a pergunta lhe seja feita', iniciou Cardoso, comentando uma notícia da mídia liberal que diz que 'ministro de Lula tenta desqualificar jornalista em entrevista e é criticado'.
O ator falou, então, de sua participação na sexta-feira (24), em que fez diversas indagações aos jornalistas, que permaneceram em silêncio.
'Quando eu apontei o momento em que Jair Cadeia praticou tortura contra Dilma (em voto favorável à abertura de processo de afastamento dela) ao elogiar o torturador dela na frente dela (e eu o disse por ter sido dito pela jornalista que Jair não era um torturador, mas apenas um simpatizante da tortura), a resposta dos meus anfitriões foi o silêncio, um silêncio desrespeitoso para com a verdade', escreveu Cardoso, ressaltando o 'péssimo jornalismo, ou mesmo falso jornalismo' da emissora de propriedade do bolsonarista Rubens Menin, que fez fortuna com o Minha Casa Minha Vida com a construtora MRV.
O ator ainda afirma que a pergunta de Paulo Pimenta, se Raquel Landim era jornalista, é pertinente, pois 'aqueles profissionais são publicitários da ideologia do patrão deles'.
'Quando vejo jornalistas indignados com a indelicadeza do ministro, preferiria vê-los falando sobre as pressões ideológicas que sofrem de seus empregadores. Mas jornalistas não gostam de falar de seus patrões. O desemprego chega rapidamente para quem fala', conclui Cardoso, que ressalta não conhecer o ministro, e ainda desnuda a relação entre a mídia liberal e o 'projeto fascista dos ricos tropicais', que levou Jair Bolsonaro (PL) ao poder.
'Projeto do qual Luís Inácio - com todos os erros que comete - é nossa atual melhor OPOSIÇÃO', afirma.
Confira abaixo a íntegra do texto de Pedro Cardoso:
“Bom dia. Eu fui testemunha do fato narrado nesta matéria de O Globo. Eu estava lá. Concordo que seja indelicado, e mesmo agressivo, perguntar a um jornalista se ele é jornalista. Mas, vejam, o jornalismo profissional brasileiro está merecendo que a pergunta lhe seja feita. O programa para o qual fui atraído é uma armadilha intelectual, como a imensa maioria dos similares. Sob o disfarce de uma lógica jornalística, o que se promove é publicidade ideológica unitária. E eu explico de que modo: simula-se o debate ao juntar pessoas de diferentes opiniões. Debate seria, pois. No entanto, nenhuma daquelas pessoas está ali para aprender com o outro; têm interesse algum no q o outro diz; o outro é a oposição já conhecida contra a qual cada um monologará a sua mensagem ideológica. Como eu disse: dois monólogos não produzem um diálogo. Quando eu apontei o momento em que Jair Cadeia praticou tortura contra Dilma (em voto favorável a abertura de processo de afastamento dela) ao elogiar o torturador dela em frente a ela (e eu o disse por ter sido dito pela jornalista que Jair não era um torturador mas apenas um simpatizante da tortura) a resposta dos meus anfitriões foi o silêncio; silêncio desrespeitoso para com a verdade. Péssimo jornalismo, ou mesmo falso jornalismo. Noticiar apenas a pergunta agressiva do petista trai novamente a verdade. Não estávamos em um programa jornalístico nem de longe honesto para que a indagação possa ser de todo indelicada. A pergunta é pertinente. Aqueles profissionais são publicitários da ideologia do patrão deles. Qdo vejo jornalistas indignados com a indelicadeza do ministro, preferiria vê-los falando sobre as pressões ideológicas que sofrem de seus empregadores. Mas jornalistas não gostam de falar de seus patrões. O desemprego chega rápido para quem fala. Não defendo o ministro (nem o conheço), mas LAMENTÁVEL é a associação do jornalismo profissional brasileiro ao projeto fascista dos ricos tropicais; projeto do qual Luís Inácio - com todos os erros que cometa - é nossa atual melhor OPOSIÇÃO. Debate haverá qdo os participantes sairem modificados pelo que ouviram dos outros. Mais do que falar, a democracia é ouvir. Minha opinião.”