Alçado ao topo da mídia ultraconservadora por dedicar a carreira para atacar Lula e bajular figuras como Sergio Moro (União-PR) e Deltan Dallagnol, o jornalista Felipe Moura Brasil foi demitido da CNN, emissora onde apresentava o pretenso programa de debates CNN Arena - onde só prepondera o discurso alinhado ao dele.
O encerramento do contrato "de comum acordo" com a emissora do bolsonarista Rubens Menin, que fez fortuna com o Minha Casa Minha Vida com a construtora MRV, se deu menos de um mês após Moura Brasil e os participantes do Arena CNN tomarem uma verdadeira surra do ator Pedro Cardoso, convidado para um debate sobre a qualificação de Dilma para assumir a presidência do banco dos Brics.
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Em sua participação, Cardoso detonou o falso debate promovido e convidou os jornalistas a refletirem sobre sua posição na emissora.
"Me ocorre alertar o público de que toda vez que você está diante de uma narrativa, existe o fato narrado e a intenção do narrador. Então, diante deste programa, me ocorre sugerir ao público que se pergunte, o que é que o narrador deste programa quer narrando os fatos do modo como está narrando. O que que esta empresa CNN Brasil, quem é o dono dela, qual eleição que o dono fez desse elenco de profissionais, por qual razão eu fui convidado para estar aqui?", indagou.
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Cardoso ainda desmontou a defesa enfática de Moura Brasil a Moro. "Me causa espanto. Acho que o Brasil está profundamente adoecido moralmente. Por que estamos aqui falando há 10 minutos de uma pessoa chamada Sergio Moro e ele está sendo tratado aqui como se fosse uma pessoa que merecesse todo o nosso respeito, uma pessoa muito digna, muito correta, enquanto que ele é uma pessoa que tramou junto a um acusador para colocar uma pessoa na cadeia", disparou.
Em nota, Moura Brasil e a CNN dizem que "decidiram, em comum acordo, pelo distrato do contrato por não terem chegado a um consenso sobre a conciliação das diferentes frentes de trabalho do jornalista com as demandas da emissora".
A CNN diz ainda que "agradece a Felipe Moura Brasil pelo profissionalismo, pela dedicação e pela excelência à frente do programa CNN Arena e nas participações em outros jornais, como o WW".
Nas redes, o jornalista que fez carreira em veículos alinhados à ultradireita buscando "lacrar" contra Lula defendeu "meu jornalismo" dizendo que "jamais fui nem serei cúmplice da prisão de alguém, só por piadas privadas, vazadas em registros de terceiros".
No tuite, Moura Brasil tenta explicar a defesa que fez de Moro no episódio em que o senador acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de vender habeas corpus - o que pode resultar na cassação do mandato e até mesmo na prisão do ex-juiz.
Em dobradinha com Moro, o jornalista divulgou um vídeo que daria o "contexto" do ataque de Moro.
"Seguirei ironizando denúncias ineptas sobre isso - sem data, local, contexto - e/ou contra desafetos do sistema, ainda mais quando eu mesmo divulgar um vídeo que confirma o contexto da brincadeira (como “prisão” de festa junina)", tuitou Moura Brasil, ainda repercutindo o vídeo que montou a narrativa de Moro sobre o ataque ao ministro do STF.