Piadas racistas, ou discriminatórias, são o germe de ataques coletivos como o verificado em Valência contra Vinícius Jr. Não tratada, essa infecção resulta nos massacres de crianças em escolas, de pobres, de negros, de indígenas, de judeus, de eslavos, de ciganos, de homossexuais, de comunistas, ou de qualquer outro grupo.
Por mencionar “escola” e “criança”, todo líder fascista foi antes um menino grosseiro, mal-educado e acostumado a alcançar objetivos mediante chiliques e ameaças. De Mussolini a Bolsonaro, esse é um padrão inescapável.
E parte do fascínio que o fascismo exerce se deve exatamente à falta de educação, confundida com “coragem de falar a verdade”. O gado vê na bestialidade uma mítica honestidade e crê que basta ser animalesco para resolver os problemas do mundo.
Parasitariamente, há um tipo de autodeclarado comediante que, destituído de talento e inspirado pela popularidade fascista, plagia a monstruosidade na ridicularização dos oprimidos e persegue reconhecimento e sucesso pela via do politicamente incorreto “recreativo”.
Eventualmente, contudo, um desses bobos da corte pode ocupar posição de destaque e se tornar perigoso. Não é o caso do quase anônimo brasileiro para quem os escravos já nasciam “empregados”. Mas é o de Zelensky, que fez carreira a partir de um programa televisivo de mau gosto, centrado no politicamente incorreto, no qual chegou a se exibir às famílias de seu país tocando piano com o próprio pênis.
Zelensky anunciou aos quatro ventos a busca pelo apoio do Brasil. No entanto, Lula acertadamente comparou o que acontece entre Rússia e Ucrânia ao conflito entre israelenses e palestinos, armênios e azeris, cossovares e sérvios, e ao que se vê na Síria, Líbia, Sudão e Iêmen. E então Zelensky, que pedira um encontro ao nosso presidente, se fez esperar uma tarde inteira, sem aparecer. Comportamento típico de menino grosseiro, mal-educado e acostumado a alcançar objetivos mediante chiliques e ameaças.
Os que ignoravam o racismo recreativo de Zelensky, regularmente exposto em seu show de TV, talvez o tenham descoberto no tratamento diferenciado da Ucrânia aos “não brancos” que tentavam fugir para a Polônia, no início da guerra. Racista recreativo, Zelensky jamais admitiria equiparar o sofrimento ucraniano ao de palestinos e africanos.
Mas afinal, o que é “racismo recreativo”? É o mesmo que “genocídio recreativo”; “assassinato recreativo de Marielle Franco”; “tentativa de golpe de estado recreativa”; “propina recreativa das vacinas”; “corrupção recreativa” nas compras de leite condensado, cloroquina e pescoço de frango; “rachadinha recreativa”; “falsificação recreativa” de cartões de vacinação; e até “furto recreativo de móveis” do Palácio do Planalto.
Ou seja, é crime.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.