Um conjunto de artefatos datados do período de Genghis Khan foi recentemente redescoberto por pesquisadores da Universidade Federal da Sibéria (SFU), durante o processo de organização de materiais históricos preservados no Museu-Reserva Kytmanov Yenisei.
O acervo inclui pontas de flecha mongóis, machados, um utensílio metálico com formato incomum e projéteis desenvolvidos para perfurar armaduras. Segundo a equipe de arqueologia da SFU, os objetos pertencem ao fim da fase cultural conhecida como Lesosibirsk, relacionada a povos da taiga que viveram sob a influência do Império Mongol.
Os vestígios foram inicialmente encontrados na década de 1960, durante escavações ocasionais nas proximidades de Yeniseisk, cidade situada às margens do rio Ienissei. A origem dos itens foi atribuída a um sepultamento por cremação, parcialmente destruído durante obras na região. A presença das cinzas humanas associadas às armas sugere um ritual funerário típico das comunidades locais da época.
A cultura Lesosibirsk ocupava o território da atual região de Krasnoyarsk, no sul da Sibéria, e floresceu no mesmo período da expansão mongol, no século XIII. As evidências reforçam a tese de que populações indígenas da área mantinham relações complexas com o poderio militar da Mongólia.
A redescoberta integra um programa acadêmico voltado à preservação digital de acervos históricos e à construção de bases de dados para pesquisa arqueológica. O projeto pretende tornar os registros acessíveis a estudiosos em escala internacional, promovendo novos estudos sobre a dinâmica cultural e militar da Ásia Central durante a Idade Média.