Uma frase verdadeira e um ditado popular não checado, pelo menos por mim, interlaçam o futuro próximo de Neymar da Silva Santos Jr, incensado craque brasileiro, e Fernando Diniz Silva, o golden boy dos treinadores brasileiros, o único a quem os resultados não são cobrados como fator primeiro, ficam atrás de desempenho. O jogo bonito está à frente do placar para ele. Ou para eles, afinal Neymar jogar muito e ganha pouco, pelo menos se de seleção falamos.
A frase é de Falcão: "Jogador de futebol morre duas vezes, quando termina a vida e quando termina a carreira". Ele falava da tristeza de não ver mais seu nome nos jornais, não ser mais matéria de televisão, não ser convidado para eventos e ver - aí, sim - o dinheiro acabando. Mesmo se parar já em decadência, em um time menor, a renda vai de, digamos, 50 mil para ZERO.
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Não é o caso de Neymar. Quando parar de jogar, terá acumulado uma fortuna considerável e poderá passar o resto dos dias gastando muito que ainda sobrará dinheiro para David Lucca e Mavie, seus filhos. Falo é da tristeza de jogar bola e Neymar, pelo menos em termos de seleção, sempre foi um cara aplicado. Nunca faltou e sempre gostou de estar ali. Também, até eu, quem não gosta de ser tratado como Rei? Neymar vibra com vitórias e sofre com derrotas. É um bilionário, mas não perdeu a alma simples de um boleiro.
Mas por que estou falando da morte futebolística de Neymar?
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Até pode ser um exagero, mas é algo a se considerar. A contusão no joelho e no ligamento cruzado foi grave. Sempre é. Coisa para oito meses fora dos campos. E ele não é criança - pelo menos na certidão de batismo -, completa 32 anos em janeiro. E, para agravar, não é a primeira contusão. Houve várias outras, que impediram um rendimento melhor pelo menos nas Copas de 14 e 22.
Neymar vai continuar vivo futebolisticamente falando, mas não será mais o mesmo jogador. Difícil que seja.
E o ditado?
Nos ideogramas chineses, crise é muito semelhante à oportunidade. Será verdade? Fernando Diniz deveria acreditar. Ele tem contrato com a seleção até 5 de julho do próximo ano. Estará dirigindo o Brasil na Copa América, que começa em 20 de junho e vai até 14 de julho, nos Estados Unidos. Com certeza, não poderá contar com Neymar. Seria muito arriscado ter o jogador recém-recuperado de uma operação grave.
Alea jacta est.
A sorte está lançada. Ele tem um bom tempo para pensar na seleção que levará à Copa América. Até lá, é uma oportunidade de ouro para testar novas soluções, novos jogadores e montar um time coeso e com boa dose de talento. Diniz precisa ser menos autoral e achar um meio termo entre seu estilo funcional, com muitos jogadores do mesmo lado de campo, trocando passes com o estilo de nossos "europeus", mais acostumados a guardar uma faixa do terreno e esperar uma inversão de jogo, que lhe permita o duelo individual, a possibilidade do drible. Foi assim com Vinicius Jr contra o Uruguai, que, quando servido, foi totalmente dominado por Nández.
O tempo de recuperação de Neymar é o tempo que Diniz tem para montar o time até a Copa América. Antes, tem dois jogos difíceis pelas Eliminatórias, Colômbia fora e Argentina, em casa. Destinos entrelaçados, como em uma novela barata. O reencontro feliz, se houver, fica para depois. Se trabalhar direito, Diniz ficará lembrado como alguém que deixou uma boa base para Carlo Ancelotti, que assumiria para, em seguida, enfrentar Equador em casa e Paraguai, fora, pelas Eliminatórias.
E se Ancelotti não vier?
Então caberá a Diniz encontrar o lugar correto para Neymar no bom time que teria montado. Sempre lembrando que não será mais o mesmo Neymar.
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