Augusto Cerqueira, ou Guto Cerqueira, virou celebridade do TikTok da noite pro dia. O cantor, um garoto de 24 anos, chamou a atenção pelo avesso. A maneira como interpreta clássicos do nosso samba é, de fato, muito estranha.
Entre ganidos em falsete e trinados esquisitos, o resultado que ele consegue é ruim, muito ruim. A tentativa notória que ele faz – ou tenta fazer – é juntar a maneira de interpretar das cantoras americanas de R&B com a de algumas sambistas brasileiras.
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Como a internet vive à base de zoação, ele fez sucesso instantâneo.
Veja um vídeo seu abaixo:
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Ele mesmo se surpreendeu com o fenômeno e perguntou:
"Alguém pode me ajudar, me manda uma mensagem para me explicar o que é isso?", surpreendeu-se. "Porque eu sou uma pessoa legal e eu canto bem e, mais que isso, eu sou uma pessoa que vocês podem me xingar o quanto quiserem, porque eu vou continuar cantando."
Já que Augusto perguntou em público, respondo também em aberto. Ou tento, pelo menos. Antes de tudo, é preciso ressaltar – e leiam a frase inteira antes de me transformarem em meme também – que ele tem razão quando diz que canta bem. Guto Cerqueira tem musicalidade, é afinado e canta com balanço. O que destrói tudo de maneira retumbante é, justamente, o que chamou a atenção do público pelo avesso, ou seja, a profunda esquisitice de sua interpretação.
Seus berros jogando a voz pra garganta, tentando estilizar Elza Soares, soam canhestros, ruins. Seus falsetes e, sobretudo, os vibratos em torno da melodia principal, são pavorosos. Tudo em sua interpretação é extremamente exagerado. Mas uma coisa é inegável: sua voz tem potencial, tem boa extensão.
O que fica, no final das contas, é uma pergunta um tanto óbvia. Se Guto Cerqueira cantasse de maneira mais sóbria, sem tanto exagero e invencionices, ele teria chamado a atenção dessa maneira?
Ainda dá tempo dele se reinventar e tentar descobrir isso. Do contrário, vai ficar para a posteridade até desaparecer como tantas outras coisas que transitam pelas redes todos os dias, ou seja, como uma piada, um meme.
