Ciro Gomes, o eterno presidenciável que um dia já foi a esperança ou nome de peso para boa parte dos brasileiros quando o assunto é o rumo do país, vem inacreditavelmente se aproximando e se relacionando cada vez com o bolsonarismo, o movimento ultrarreacionário que lançou a nação no abismo do ódio e instabilidade e que cada dia mais ameaça o futuro de todos. Para muitos, tal movimento é o sintoma final da dor de cotovelo insuperável do ex-governador e ex-ministro com o sucesso de Lula ao alcançar seu terceiro mandato, enquanto para outros a guinada vergonhosa seria apenas uma somatória de oportunismo com desespero por não ter para onde correr.
O fato é que tal “namoro” com a extrema direita ganhou agora um novo capítulo constrangedor e revoltante. Para piorar, a troca de afagos partido do próprio radicalismo desmiolado, pela boca de Eduardo Bolsonaro, o deputado federal que abandonou o mandato para ir viver nos EUA e de lá fomentar sanções e atos contra o próprio país.
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Numa live com várias figuras da extrema direita, o 03 não poupou elogios a Ciro e ainda disse que o sempre presidenciável seria bem-vindo para tomar um café com ele e “falar sobre o Brasil”, insistindo na retórica farsesca inaugurada há algumas semanas que pretende dar uma face moderada a um sujeito que desfilava pelas ruas e pelo Congresso com a camisa do torturador assassino Carlos Alberto Brilhante Ustra.
“Se eles tivessem com as armas abaixadas, por que muitas vezes a imprensa tenta me pintar como uma pessoa agressiva, e eu sou uma pessoa que só quer o bem do país, então aqueles que querem também apenas o bem o país estão convidados a colaborar, a debater, a levar nosso país a um rumo melhor, e eu acho que principalmente na base a gente tem que ter a liberdade de expressão, pra gente poder trocar essa ideia, e eu acho que esse é o momento que o Brasil precisa, um momento de virada de página, um momento de união, e é muito daquilo que aconteceu aqui nos EUA, com a lei por exemplo do Bob Kennedy, mas existem vários outros aí dentro do governo, pra que a gente possa caminhar juntos e melhorar como nação e não ficar só focando na treta, no conflito e naquilo que diverge, e seguir o conselho do Viktor Orban que é focar naquilo que compete, que é de ter aliados e eu acho que vai mais ou menos por aí... Não significa que a gente vai dar as mãos a comunistas e a idolatrar Stalin, não, não é isso... Mas por exemplo, o Ciro Gomes... Tá sendo processado pelo Lula porque ele criticou banqueiro... Esse é o país que você quer mesmo? Claro que não... Eu tenho certeza que se eu sentar com o Ciro Gomes e tomar um cafezinho com ele, a gente vai concordar pelo menos na parte da liberdade de expressão... Então, por que que a gente juntos não pressiona as autoridades pra ceder, a parar com essa perseguição, com essa censura”, disse Eduardo Bolsonaro.
Veja o vídeo:
