A embarcação USS Nevada (BB 36), comissionada para a Marinha norte-americana em 1916 como primeira de uma classe de dois navios de guerra de 27.500 toneladas — e o primeiro navio de guerra de segunda geração desenvolvido pelos EUA —, foi operada durante as duas grandes guerras mundiais.
Na Primeira Guerra Mundial, o navio foi enviado para servir nas Ilhas Britânicas e, baseado numa baía da Irlanda, Bantry Bay, foi encarregado de proteger os suprimentos militares que trafegavam pela rota.
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Mas seu papel mais significativo foi avistado durante a Segunda Guerra Mundial: quando, em 1941, os japoneses invadiram Pearl Harbor, uma importante base naval norte-americana no Havaí, num ataque surpresa, o USS Nevada foi o único navio de guerra a tentar partir, mas sua fuga foi interrompida ao ser atingido por um torpedo — arma subaquática equipada com uma ogiva explosiva — e pelo menos seis outras bombas, o que forçou sua tripulação a encalhá-lo e fugir.
Apesar de ter sido recuperado após o ocorrido, o USS Nevada voltou a servir a Marinha dos EUA apenas como navio escolta e apoio de fogo para operações realizadas ao longo do Atlântico, e, ao fim da Segunda Guerra, em 1946, foi transformado em navio experimental. Desde então, recebeu uma explosão de bomba atômica que o tornou radioativo. Em agosto do mesmo ano, ele foi desativado e afundado, e em seguida usado como alvo para a prática de tiro naval.
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Os achados do navio
No final de março deste ano, uma equipe da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) encontrou, enquanto explorava a região no entorno do local em que o USS Nevada foi afundado, antigos pertences deixados ali por seus tripulantes.
Em uma transmissão ao vivo, feita através de seu canal oficial no YouTube, o órgão inspecionou, no fundo do oceano, objetos pessoais, como uma bota entrelaçada a correntes metálicas, colchões de beliche, armários de arquivos e latas de tinta.
A estrutura do navio foi encontrada em 2020, durante uma expedição conjunta realizada por duas empresas privadas, Search Inc. e a Ocean Infinity. Ela estava afundada a quase cinco quilômetros abaixo da superfície, no sudoeste de Honolulu.
O navio, que introduziu o modelo padrão das embarcações militares dos EUA e sobreviveu a duas explosões nucleares, é considerado um símbolo da "resiliência" e da "teimosia" americana, disse, à época de seu achado, James Delgado, arqueólogo à frente da expedição.
As imagens capturadas pela expedição de busca, divulgadas pela Ocean Infinity, mostravam, ainda preservadas, uma arma antiaérea e uma sala dedicada à armazenagem de armas de 5 polegadas, além de partes de seu casco marcadas com inscrições de aço.