Tomaz Amorim analisa o novo livro de Régis Bonvicino, “Deus devolve o revólver”. “Estão presentes neste livro as multidões de viciados em craque, de moradores de rua, de carroceiros, de prostitutas. O cenário muitas vezes é a própria Cracolândia e os arredores da Luz. Sem abrir mão do cuidado estético, pincelando elementos cotidianos, mas representativos, com apelo ao detalhe material, Bonvicino fortalece a literatura religando-a ao seu território. Sem amaciar na dureza da representação, ele opera com isso uma reaproximação, a literatura não foge, mas se debruça sobre a cidade. A cidade, por sua vez, se manifesta através do texto. Não deixa de ser uma maneira de nomear o inominável - a Cracolândia falada em versos - pressuposto fundamental para sua transformação"
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