A influenciadora de extrema direita Antonia Fontenelle foi condenada a três anos e três meses de prisão em regime semiaberto pela exposição não autorizada da gravidez de Klara Castanho, que decidiu manter em sigilo após sofrer abuso sexual e optar pela adoção do bebê. A notícia do caso provocou inicialmente uma onda de críticas à jovem atriz, sem conhecimento da gravidade dos fatos.
Além de Fontenelle, a influenciadora Adriana Kappaz, conhecida nas redes sociais como Dri Paz, também enfrentou condenação. Adriana recebeu uma sentença de 1 ano, 9 meses e 22 dias em regime aberto, com a possibilidade de substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos. Entre elas, estão a prestação de serviços à comunidade e uma prestação pecuniária de 10 salários-mínimos destinados a Klara Castanho.
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A notícia foi dada com exclusividade pelo colunista Daniel Nascimento, do jornal O Dia.
Fontenelle tem "desvio de caráter", afirma juíza
A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 31ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro que avaliou o caso, focou nos crimes de calúnia, difamação e injúria. No histórico de Fontenelle, a magistrada destacou que a apresentadora em outras nove anotações por delitos contra a honra e apontou um "desvio de caráter" na ré, mencionando o uso de suas redes sociais para ataques a terceiros.
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Anteriormente, Fontenelle já havia sido obrigada pela Justiça a indenizar Klara Castanho em R$ 50 mil, sem direito ao benefício de conversão da pena em restrições de direitos, diferentemente de Adriana Kappaz.
A condição de ré primária de Fontenelle foi revogada em outubro de 2023, após uma condenação em um processo movido pelo youtuber e empresário Felipe Neto.
Relembre o caso
O caso de Klara Castanho ganhou ampla atenção do público e da mídia brasileira em meados de 2022, envolvendo questões delicadas de privacidade e exposição indevida de informações pessoais da atriz.
Klara havia mantido em sigilo uma gravidez resultante de um estupro e decidiu entregar o bebê para adoção, uma decisão legal e amparada por leis brasileiras que protegem tanto a mãe quanto a criança em situações como essa. O processo de adoção no Brasil pode ser feito de maneira anônima para proteger todas as partes envolvidas.
A situação pessoal de Klara foi indevidamente exposta ao público sem seu consentimento. Detalhes sobre a gravidez e o processo de adoção foram divulgados por terceiros, incluindo figuras públicas e influenciadores digitais, como Antonia Fontenelle e Adriana Kappaz (Dri Paz), o que levou Klara a sofrer intensa pressão e julgamento público.
A exposição levou a uma onda de apoio a Klara Castanho por parte do público e de outras celebridades, que criticaram a violação de sua privacidade e a maneira como a situação foi tratada por alguns meios de comunicação e redes sociais.
O caso também levantou debates sobre ética na mídia, privacidade, direitos das vítimas de violência sexual, e o tratamento de informações sensíveis pela imprensa.
O Ministério Público e outros órgãos jurídicos intervieram, resultando em processos e condenações para aqueles que divulgaram as informações sem consentimento, como mencionado anteriormente. Essas ações judiciais enfatizaram a gravidade de divulgar informações pessoais sem permissão, especialmente em contextos que envolvem violência sexual e adoção.
Klara Castanho, após a exposição, emitiu uma declaração pública explicando as circunstâncias traumáticas que enfrentou e criticando a invasão de sua privacidade. Ela expressou a dor e o sofrimento causados pela exposição pública forçada de um evento tão pessoal e delicado.
O caso de Klara Castanho serve como um exemplo crítico dos limites da privacidade na era digital e dos impactos devastadores que a violação dessa privacidade pode ter sobre indivíduos vulneráveis. Também ressalta a responsabilidade dos meios de comunicação e influenciadores na gestão de informações sensíveis e no respeito aos direitos das pessoas envolvidas em suas reportagens ou postagens.
* Matéria atualizada às 21h46 para correção do crédito da informação