Não é uma pesquisa.
Não é uma eleição.
O que a Ipec mostra é um verdadeiro levante popular.
Um levante popular contra a asfixia econômica de um governo dos ricos, que tentou, de todas as maneiras, enganar o povo .
Com entrevistas presenciais realizadas entre os dias 12 e 14 de agosto, a pesquisa Ipec custou R$ 231.156,29, pagos pelo grupo Globo.
O G1 criou uma página dinâmica para mostrar os dados extratificados. Um dos pontos que eu gostaria de destacar é o voto do setor mais pobre da população, o eleitorado com renda familiar até 1 salário.
Neste segmento, Lula tem 69% dos votos válidos, mais do que o triplo dos votos de Bolsonaro, que tem 22%.
Reitero: é um levante popular!
Mas também é um levante da juventude!
Segundo a Ipec, Lula tem 57% dos votos válidos dos eleitores com idade até 24 anos, contra 32% de Bolsonaro.
Essa força na juventude serve para compensar a vulnerabilidade de Lula em setores da classe média.
Bolsonaro vence entre eleitores com renda familiar acima de 2 salários, e isso é preocupante, por se tratar de um segmento com alto poder de influência nas redes sociais.
Entretanto, como tem jovem em toda parte, pois idade não tem classe social, as famílias de classe média terão agora de lidar com infiltração lulista dentro de casa. E isso vai fazer a diferença.
De qualquer forma, apesar de Bolsonaro se manter à frente na classe média, Lula tem bons percentuais também nesses extratos de maior renda: tem 37% dos votos válidos entre famílias com renda entre 2 e 5 salários, e 40% naquelas com renda superior a 5 salários.
Outro aspecto que também compensa a vantagem de Bolsonaro na classe média é a pontuação de Lula junto aos eleitores mais instruídos. O petista tem 48% dos válidos entre eleitores com ensino médio, contra 41% de Bolsonaro, e 43% junto àqueles com ensino superior, contra 42% de Bolsonaro.
A Ipec confirma que a principal base social de Bolsonaro é o eleitorado evangélico, junto ao qual ele tem 56% dos votos válidos, contra 35% de Lula.
Mas Lula tem 59% dos votos válidos de católicos, contra 30% de Bolsonaro
Não se pode afirmar que os cristãos votam Bolsonaro. Não. Como a maioria da população é católica, e católico é tão cristão como o evangélico, então é correto afirmar que a maioria esmagadora dos cristãos votam em Lula.
Esses 35% de votos válidos para Lula entre evangélicos confirmam o que já se vinha observando em outras pesquisas, que é constituição de uma base evangélica lulista dura, forte, que o bolsonarismo não conseguiu penetrar.
A análise do voto por região mostra que o Nordeste ainda é uma fortaleza lulista. O ex-presidente tem 64% dos votos válidos na região, quase 40 pontos à frente de Bolsonaro. Ciro Gomes tem apenas 8% dos válidos no Nordeste. Simone Tebet tem incríveis 0%.
Mas Lula também está forte no Sudeste. Segundo a Ipec, o petista tem hoje 48% das intenções de voto do Sudeste, contra 41% de Bolsonaro e 6% de Ciro.
A força de Lula nas periferias também é impressionante: o Ipec estima que o ex-presidente tem 53% dos votos válidos nessas regiões, 20 pontos à frente de Bolsonaro, com 33%.
Conclusão
A pesquisa Ipec, observada como um todo, reforça o favoritismo de Lula. O ex-presidente está forte em todos os extratos, e mesmo onde ele fica atrás de Bolsonaro, pode-se encontrar pontos que neutralizam essa vantagem do atual presidente. Por exemplo, Lula perde na classe média, mas esse problema é compensado pela incrível força de Lula na juventude.