FILA ANDOU

Estevão é o novo baby craque a pressionar Neymar, o old craque

Seleçao está vivendo uma troca de gerações que pode afastar o seu jogador mais famoso

Estevão fez lindo gol contra o Galo.Créditos: Reprodução Twitter Palmeiras
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Parece que foi ontem, mas já se foram 14 anos. Era 2010 e Neymar apareceu no futebol profissional com o brilho comparável apenas ao de Pelé em 58. Um craque, um gênio, que Dunga não levou à Copa da África do Sul. Teve caráter ao manter quem estava com ele, como Júlio Batista, mas sofreu ao não ter alguém que o ajudasse a vencer a Holanda.

Mas haveria outras Copas. E a sorte não sorriu a Neymar. Foi tirado à forca de pontapés em 2014. Tornou-se chacota mundial em 2018, com seus rolamentos e não estava bem fisicamente em 2022.

Marcou muitos gols, superou Pelé, mas deixou muito mais a marca do individualismo do que a luta pela construção do sonho coletivo. Sua atuação contra a Croácia é prova de sua dicotomia: fez o gol mais bonito da Copa e ficou torcendo para que algum croata errasse um pênalti, dando a ele a chance de brilhar. Deveria ter sido o primeiro a bater, como fizeram Messi, Mbappé e Modric.

Neymar está contundido há tempos. Pouco pôde jogar na Arábia. Não estará na Copa América. O Brasil, sem brilho, tenta se reconstruir, após os enganos de Tite, Ramón e Diniz. 

Ninguém lembra de Neymar. A esperança presente está em Endrick. A esperança futura está em Estevão. Seu golaço contra o Galo foi um cartão de visitas. Um aviso só insosso Raphinha.

Depois da Copa América, voltam as Eliminatórias. O Brasil está à borda do precipício, com um ridículo sexto lugar. De outubro a novembro serão mais seis jogos. Neymar poderá jogar? Deverá jogar? Ou é hora de Endrick, Estevão e outros?

A favor de Neymar, está a provável suspensão por anos de Paquetá. É sua melhor carta. Muito pouco para quem surgiu como surgiu, incomparável, muito melhor que as joias de hoje.