Alexandre

O goleiro que tinha tudo para tirar Rogério Ceni do São Paulo

Um acidente fatal abriu caminho para que Rogério Ceni começasse a construir sua carreira inigualável de maior jogador da história do São Paulo

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Meu nome é Luís Augusto Símon, mas pode chamar de Menon. Sou jornalista há 38 anos e antes eu sonhava em ser jornalista.
O goleiro que tinha tudo para tirar Rogério Ceni do São Paulo
Alexandre morreu em 1992. Reprodução Instagram

Rogério Ceni estreou no São Paulo em 25 de junho de 1993, contra o Tenerife em um Torneio Santiago de Compostela. Foi o início de uma carreira espetacular que terminou em outubro de 2015, após 1237 jogos e 131 gols marcados. O maior jogador da história do São Paulo.

Tudo poderia ser diferente se em 18 de julho de 1992, às 6h30, Alexandre de Jesus Escobar não perdesse o controle de seu Kadett  comprado no dia anterior e batesse em um muro de proteção. Foi levado para o Hospital Universitário e não resistiu.

"Velocidade incrível de movimentos, excelente chute, bonito de ver jogar. Telê Santana adorava! Ele era apenas um ano mais velho do que eu. Ocuparia a sua posição por muito tempo. Quem sabe até hoje. Minha carreira, com certeza, seria completamente diferente caso Alexandre não tivesse partido." 

Assim Rogério Ceni se referiu, no livro Maioridade Pênalti, de André Plihal ao seu companheiro de treinos. O goleiro um ano mais velho, o reserva de Zetti.  "Eu aperfeiçoei o modo de bater na bola com ele. Treinávamos juntos" diz Zetti.

Alexandre nasceu em 2 de janeiro de 1972 em Sorocaba. Foi descoberto por Paraná, ponta-esquerda do São Paulo nos anos 70. 

Foi titular na Copa São Paulo de 92, quando o São Paulo foi vice campeão para o Vasco. Rogério Ceni era o reserva. Alexandre subiu e era o segundo goleiro, atrás de Zetti. Era tempo de Libertadores. Nas oitavas de final, o São Paulo cruzou com o Nacional. Em Montevidéu, dia 28 de abril, venceu por 1 x 0 e Zetti foi expulso. Alexandre entrou e jogou também a segunda partida, no Morumbi, dia 6 de maio,  vitória por 2 x 0. Começou a ser chamado de o substituto de Zetti. "Havia a possibilidade de Zetti ser vendido para a Alemanha e ele assumiria a posição. Era goleiro para a seleção brasileira", contou Paraná ao UOL em 2021.

Antes do acidente, Alexandre participou de um churrasco em São Roque. Estava com o volante Sidnei, atualmente auxiliar de Mano Menezes. Também estavam o zagueiro Menta, que atualmente trabalha em Cotia e o volante Suélio.

Alexandre passou a noite sem descansar. Seu último sono foi no volante. No bolso estava um anel de noivado que presentearia à namorada Ana Maria.

"Foi a maior derrota da história do São Paulo", declarou o então diretor de futebol Fernando Casal de Rey.

Nunca alguém faria ou fará uma carreira como a que Rogério Ceni fez no São Paulo. Talvez nem ele, se Alexandre não tivesse comemorado tanto a compra do carro novo e do Abel de noivado.

 

 

 

 

 

 

 

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