Kakay errou, diz Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas
Coordenador do Prerrô, Marco Aurélio ressalta que tem respeito profundo por Kakay, mas que isso não o impede de divergir do posicionamento do colega.
Em mensagem ao blog na manhã desta terça-feira (18), o coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, criticou a carta em que o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que Lula "não faz política" e "está isolado".
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"O Lula do 3º mandato , por circunstâncias diversas, políticas e principalmente pessoais, é outro. Não faz política. Está isolado. Capturado. Não tem ao seu lado pessoas com capacidade de falar o que ele teria que ouvir. Não recebe mais os velhos amigos políticos e perdeu o que tinha de melhor: sua inigualável capacidade de seduzir, de ouvir, de olhar a cena política", diz trecho da carta de Kakay, enviado em grupo de WhatsApp com ministros e aliados do governo.
Para o coordenador do Prerrô, Kakay errou ao fazer uma análise parcial que não condiz com a realidade sobre Lula e seu governo.
"Kakay errou", disse Carvalho, sinalizando que o equívoco foi "tático" e "estratégico".
"A questão é tática e estratégica. E nem por uma questão tática e nem estratégica ele acertou", disse ao blog.
O advogado ainda ressaltou que tem respeito profundo por Kakay, mas que isso não o impede de divergir do posicionamento do colega.
"E não estou discutindo o mérito. Porque no mérito ele pode ter razão em algumas coisas. Porque você ouve algumas coisas, que confirmam que ele falou, e eu ouço outras que também confirmam. Agora dizer que ele foi capturado, que não está fazendo política. Não reconhecer o número enorme de atividades que o presidente, de 80 anos, teve só na semana passada. Ele esteve em quatro Estados. E parece que o Kakay não acompanha. Se quer criticar, estuda direito para fazer uma crítica correta", afirmou.
Carvalho ainda listou a agenda de Lula da última semana para exemplificar o que considera contrariedade no texto do colega.
"Lula esteve no Amapá, na Bahia, no Rio de Janeiro, no Pará. Recebeu o presidente da Câmara, o ex e o atual, do Senado. Recebeu as principais lideranças políticas, do Judiciário, se reuniu com a bancada do PT. Então, como ele não está fazendo política?", indagou.
Segundo o coordenador do Prerrô, Kakay, em seu texto, "cria a ideia de um cara frágil" sobre Lula e acena à ultradireita ao mencionar Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Kakay, se Bolsonaro tivesse ouvido o cacique do Centrão "e vacinado, ou ficado calado sem ofender as pessoas, teria ganho [as eleições presidenciais] com a quantidade de dinheiro que gastou".
"Ele fala no texto em 'direita civilizada', faz um aceno para aquele Ciro Nogueira. Olha o Kakay é um amigo irmão, amo ele de paixão, mas cometeu um grande erro", concluiu o coordenador do Prerrô.