Investigação

Político do Novo diz ser 50 vezes mais bandido que ladrão de carro

Candidato a prefeito em Guarujá (SP) em 2024 é investigado por causa de suposta relação com integrante do PCC

Escrito en SP el
Jornalista e redator da Revista Fórum.
Político do Novo diz ser 50 vezes mais bandido que ladrão de carro
Cláudio Fernando Aguiar é filiado ao Partido Novo. Reprodução/Instagram

Político filiado ao Partido Novo e candidato a prefeito de Guarujá nas eleições de 2024, Cláudio Fernando Aguiar é um dos alvos da Operação Emergentes, autorizada pela Justiça Federal, em Santos, no litoral paulista.

Uma das conversas usadas pela Polícia Federal (PF) para solicitar buscas contra Cláudio mostra o político declarando ser “mais bandido” que um homem suspeito de roubar um carro.

Ele está sendo investigado na operação por causa de sua suposta relação com Bruno Calixta, o Boy, integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), principal alvo da investigação ao lado de Gabriel Martinez Souza, o Fant, de acordo com reportagem da coluna de Fabio Serapião, no Metrópoles.

A PF informou que uma das conversas demonstra claramente a relação dos dois. Cláudio fala com Boy a respeito do roubo de um veículo em uma comunidade de Guarujá.

Em determinado momento da conversa, o político do Novo diz ao integrante do PCC ser “mais bandido que ele 50 vezes”. O “ele” é uma referência ao ladrão do automóvel.

“Brunão, a gente tem que manter ele bem longe, ele não vê a gente como parceiro não, pô! Ele vê a gente como trouxa, porque ele pensa que eu sou boy, que eu nasci na praia, mal sabe ele que a gente é mais bandido que ele 50 vezes”, afirma, em um dos trechos mencionados pela PF.

Agentes da corporação apontam que a relação entre Cláudio e Boy estaria diretamente ligada ao tráfico internacional de drogas.

“Todo o vínculo de Cláudio com Boy, este claramente ligado ao tráfico internacional de drogas e suposto integrante da facção criminosa PCC, traz à baila a possível ligação do candidato com a facção, demonstrando a inserção do crime organizado na política e órgãos públicos da Baixada Santista”, ressalta a PF.

A corporação aponta, também, que, a partir da quebra de sigilo de Boy, foi possível identificar o vínculo de amizade entre os dois. Diante das investigações, a PF entende ser pouco “crível” que Cláudio desconhecesse as atividades ilícitas de Boy.

Viagem a Brasília juntos

Os agentes citam, ainda, viagem de ambos a Brasília para visitarem juntos órgãos oficiais, o que comprovaria a proximidade de ambos.

“Tal fala, somada ao estreito vínculo com conhecido integrante de facção criminosa, o qual trata Cláudio como ‘irmão’, traz fortes suspeitas da ligação do candidato com a facção criminosa da qual Boy faz parte”, destaca a PF.

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