A Polícia Federal deve ouvir na próxima semana mais dois parlamentares na investigação sobre uma manobra do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) para liberar R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares.
Devem ser tomados os depoimentos do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), ambos na condição de testemunhas. Já falaram à PF os deputados federais José Rocha (União Brasil-BA) e Adriana Ventura (Novo-SP),
Te podría interesar
Em dezembro, os quatro parlamentares fizeram pronunciamentos no plenário da Casa se referindo a supostas interferências vindas “de cima”, ou seja, da Presidência da Câmara e das lideranças de partidos, para aprovar emendas sem seguir os trâmites previstos. Em vista das denúncias, o ministro do supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou a abertura de uma investigação.
O objetivo da apuração é apurar a veracidade do possível “apadrinhamento” de emendas e a participação de líderes partidários, além de identificar os reais beneficiários das emendas de comissão (RP 8) e a destinação dos recursos públicos. A apuração também pretende averiguar a existência de desvios de verbas, obras malfeitas e outras possíveis irregularidades na execução do orçamento.
Te podría interesar
Sobre o inquérito
Lira não chegou a ser citado nominalmente no ofício enviado pela PF para comunicar a instauração do inquérito ao Supremo, mas a corporação alertava, em dezembro, que havia declarações “no sentido de que ao menos parcela dessas emendas seria distribuída em desconformidade com as diretrizes procedimentais e regimentais”.
Em 26 de dezembro, após as emendas terem sido suspensas pelo STF, Lira disse que sua destinação havia cumprido decisões anteriores do Supremo.
Segundo o Uol, a Polícia Federal investiga suspeita de desobediência e peculato. O delegado Tiago Adão Coutinho solicitou ainda acesso a todos os relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre emendas parlamentares produzidos por determinação de Flávio Dino.
Após essa primeira etapa, a PF deve encaminhar ao ministro as medidas adotadas e indicar quais serão os próximos passos da investigação.