O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (7) o compartilhamento das imagens do circuito interno do dia 8 de janeiro, quando vândalos bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, com a CPMI dos Atos Golpistas.
A comissão já havia solicitado os vídeos ao Ministério da Justiça, porém o ministro Flávio Dino negou o envio e explicou que não poderia enviar as imagens devido a ordens do STF sobre a proteção do material, o que poderia atrapalhar as investigações.
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Agora, Moraes, que é o relator do inquérito que investiga os eventos de 8 de janeiro, deixou claro que as imagens podem ser compartilhadas com a CPMI.
Após a decisão de Moraes, o Ministério da Justiça informou que acionará a Polícia Federal (PF) para repassar as imagens.
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Ataques contra Dino
Ao retomar os trabalhos depois do recesso parlamentar no dia 1 de agosto, a CPMI teve uma oitiva do ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) Saulo Moura da Cunha. Antes do início do depoimento, o ministro Dino foi alvo de ataques bolsonaristas diante da negativa de entregar os vídeos da pasta do dia 8 de janeiro.
Os deputados e senadores bolsonaristas retomaram a narrativa de que Dino mente sobre os fatos que ocorreram ao longo do dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram dar um golpe de Estado e invadiram os prédios dos Três Poderes.
Bolsonaristas inventam fatos
Por meio de suas redes sociais, Dino respondeu aos ataques bolsonaristas "inventam fatos para encobrir tais verdades".
Entenda a negativa
Na última sessão da CPMI, antes do recesso, realizada em 11 de julho, os parlamentares aprovaram requerimentos apresentados por bolsonaristas que buscam levantar teorias conspiratórias contra o governo federal. Um desses requerimentos autorizava o acesso aos planos de voo do presidente Lula no final de semana dos atos golpistas. O outro pedia explicitamente o acesso às imagens das câmeras de segurança do Ministério da Justiça.
A princípio, o ministro da Justiça, Flávio Dino, negou os pedidos da CPMI para ter acesso às imagens das câmeras de segurança da pasta durante os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. A decisão, explicou à época, visava preservar as investigações em andamento no STF.
O ministério informou que a questão está relacionada a uma investigação criminal em curso, portanto, não pode ser compartilhada neste momento, como resposta à comissão.