A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI dos Atos Golpistas, quer que o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, responda por haver acatado uma ordem ilegal do general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e apagado seu nome de uma série de 33 alertas enviados ao governo federal e forças de segurança a respeito da possibilidade de ataques golpistas em 8 de janeiro.
Saulo Moura da Cunha prestou depoimento à CPMI nesta terça-feira (1) e contou que o ‘Gdias’ lhe fez o pedido, que foi atendido.
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Eliziane então apontou que o depoente exercia uma função estratégica e que, naquele momento, como responsável pela própria Abin, não poderia ter atendido a uma ordem ilegal.
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“Ordem ilegal não se cumpre e não podemos eximi-lo da responsabilidade em relação à alteração desse documento. Precisamos cobrar a responsabilidade também do general Dias se ele foi de fato informado e de fato pediu a retirada do seu nome desse documento”, disparou a relatora.
Ao contrário do que possa parecer, a senadora aponta que a informação não fortalece a narrativa bolsonarista de que o Governo Lula teria criado um golpe para se beneficiar politicamente. Ao invés disso, ela aponta que o Ministério da Justiça, de Flávio Dino, ofereceu o apoio da Força Nacional em 7 de janeiro ao governador Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, a dispensou. Ibaneis é aliado de Bolsonaro e ficou afastado do cargo após os ataques golpistas.
“O governador do DF não respondeu a essa solicitação do Ministério da Justiça. Os informes foram disparados e há um conjunto de órgãos que precisavam ter cumprido sua responsabilidade”, disse a relatora.