§ O X tem várias funções e significados. Entre eles, o de apontar que algo está incorreto, informar o fim de alguma coisa, a assinatura de uma pessoa analfabeta. Estou tentando descobrir qual desses sentidos Elon Musk quis passar com a nova marca do Twitter.
§ Informou-me o Chat GPT: “um casaco puffer tem esse nome devido ao seu aspecto volumoso e "inchado”. Eles são conhecidos pelo seu excelente isolamento térmico, tornando-os populares em ambientes de clima frio. O enchimento cria pequenas bolsas de ar que retêm o calor do corpo, ajudando a manter o usuário aquecido. O casaco puffer pode ter vários estilos, desde versões mais longas que cobrem grande parte do corpo, até versões mais curtas, como coletes. Podem também variar em termos de características de design, como a presença de capuzes, bolsos, zíperes ou botões”. Fui buscar a informação porque, nesse inverno paulistês, vemos pessoas vestidas nesses casacos a dar com o pau. Moda é moda e, como dizia o Thoreau, quando a macaca de Paris ordena lá a tendência, os macaquinhos do resto do mundo obedecem. Este Leros é apenas para comentar a trend e concluir algo: quando noto o povo andando por aí em seus puffers, me vem a sensação de um naufrágio de transatlântico, os passageiros todos com aqueles coletes salva-vidas. Não deixa de ser coerente com 2023.
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§ Tenho colegas escritores bem diferentes de mim, ou sou eu o diferente de todos? Para começar, antes de produzir meus textos, penso em algum tema a desenvolver. Esses meus colegas costumam pensar em qual concurso literário poderiam inscrever os seus materiais. Percebem? É um processo mais de inscrição do que de escritura. A coisa não para por aí. A depender do concurso, ou chamada, que irão submeter suas ideias, a narrativa irá por determinado caminho. Se for um certame com uma pegada mais identitarista, o inscritor parirá uma peça identitária; caso seja uma chamada para obras de cunho esportivo, virá à luz um libelo sobre o desporto. Não sou fiscal de escribas, somente aponto o que vejo. Por exemplo, outro colega bem diferente de mim é o autor em perpétuo aprendizado. Esse está sempre inscrito numa oficina, frequentando um mestrado. Pode ainda ser visto num curso rápido, mas nunca se vê um livro dele na livraria. Conheço um camarada que já fez tantos cursos literários que, caso isso fizesse de alguém grande autor, ele hoje seria, por baixo, o Flaubert. Só ainda não é porque apenas aprende e nunca desprende o romance de sua geração. Há também os poetas diferentes de mim. Porém, melhor não citar bardos e vates aqui. Não se fala de poema, poema se faz. Ou então é poesia de Instagram.