POLÊMICA

Ludmilla é acusada de intolerância religiosa; cantora se pronuncia

Apresentação da artista no Coachella fez menção de maneira depreciativa às religiões de matriz africana

Ludmilla é acusada de intolerância religiosa; cantora se pronuncia.Créditos: Reprodução redes sociais
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A cantora Ludmilla, que recentemente se apresentou no Coachella Festival, na Califórnia (EUA), está sendo acusada de intolerância religiosa nas redes sociais. Um seguidor captou um frame do show da artista nos Estados Unidos onde se lê: 'Só Jesus Expulsa o Tranca Rua das Pessoas'.

O post com a frase do show de Ludmilla, que se refere de maneira depreciativa às religiões de matriz africana, logo viralizou e a artista se tornou alvo de uma série de críticas. Na manhã desta segunda-feira (22), a artista respondeu às acusações de intolerância religiosa.

Em texto publicado nas redes sociais, Ludmilla afirma que a frase foi tirada de contexto. "Tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades às quais eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha", inicia a artista.

"Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela", continua Ludmilla.

Posteriormente, a artista explica a estética de sua apresentação. "Meu show começa com uma mensagem muito explícita, que não deixa dúvidas sobre nada! Na sequência, eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!".

Por fim, Ludmilla destaca a artista que produziu o vídeo que gerou a polêmica. "Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, independentemente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade que as faça únicas", conclui.

Confira abaixo a íntegra do texto de Ludmilla:

"Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe. Hoje tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades às quais eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha.

Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela. 

Meu show começa com uma mensagem muito explícita, que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência, eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja! Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade! 

Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independentemente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas."


Abaixo, algumas reações: