Carlos Alberto Parreira foi um grande treinador. Seu trabalho na Copa do Mundo de 94 foi impecável. Quando Raí não deu conta do recado, montou um meio campo forte, com Dunga, Mauro Silva, Mazinho e Zinho e apostou nos gênios Bebeto e Romário no ataque.
Uma vez, em um contexto já esquecido, cometeu a frase: "o gol é apenas um detalhe". A tese foi repetida por Gabriel Jesus no ano passado, em autoreferencia. Ele disse que "fazer gol não é meu forte". Mesmo assim, Tite o levou para duas Copas. Fez seis jogos e zero gols. E, mesmo assim, Fernando Diniz viu nele uma solução para as Eliminatórias.
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Coisas do titismo e Dinizismo.
Thiago Carpini, treinador jovem e que fez um ótimo 2023 com Água Santa e Juventude, recebeu uma chance no São Paulo. E, após quebrar o tabu em Itaquera e vencer a Supercopa, perdeu para Ponte e Santos. Contra o Santos, o atacante Juan desperdiçou uma grande chance já nos acréscimos.
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O treinador defendeu o jogador. E sua própria escolha em escalá-lo desde o início. "Ele cumpriu funções táticas importantes, mas o gol é um detalhe que ele precisa corrigir".
É ótimo que ele defenda um jogador de 21 anos, mas o argumento é preocupante. Poderia dizer que ele teve azar na cabeçada, que todos erram, mas dizer que é apenas um detalhe o centroavante ter adversidade com o gol é complicado.
Complicado porque pressupõe uma genialidade do treinador. O futebol seria um esporte em que o objetivo maior pode ser apenas um detalhe. Burro de quem não percebe.
O Santos venceu por um detalhe a zero.