Bactérias intestinais patogênicas, microrganismos capazes de causar doenças em humanos, foram encontradas na água das garrafas Perrier na fábrica Gard, em Vergèze, onde a cultuada marca é produzida. A contaminação levou à paralisação de uma linha de produção e ao bloqueio de 369 paletes, equivalentes a aproximadamente 300 mil garrafas de 750 ml.
A Nestlé Waters, grupo proprietário da marca, afirmou que se tratam de "simples medidas internas de gestão da qualidade […] independentes da qualidade da água na fonte", pontuando que seria uma contaminação no interior da fábrica. "Todos os produtos colocados no mercado são seguros", acrescentou o grupo.
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O problema é que a multinacional Nestlé não notificou imediatamente as autoridades de saúde, conforme exigido pelo Código de Saúde Pública francês. Embora a presença de bactérias patogênicas tenha sido detectada em 11 de março, a Agência Regional de Saúde (ARS) da Occitânia só foi informada dez dias depois.
Aconteceu o mesmo com as garrafas de 500 ml. Embora tenha sido detectada em 22 de março, a irregularidade só foi reportada à Agência Regional de Saúde em 4 de abril. Segundo a companhia, esses são atrasos "normais", mas a ARS, por sua vez, se refere aos episódios como "notificações tardias".
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Reincidência
O grupo Nestlé já teve de destruir 2 milhões de garrafas em abril de 2024 devido a um episódio de contaminação por bactérias provenientes de coliformes fecais. A contaminação ocorreu após fortes chuvas à época, e a Agência de Saúde francesa determinou que a água não atendia aos padrões de qualidade.
Em breve, a administração do departamento de Gard, onde fica a fábrica, deve decidir se renovará a licença de operação da fonte Vergèze e se a designação "água mineral natural" será mantida. Especialistas em hidrogeologia emitiram um parecer desfavorável na semana passada.
O possível fechamento da Perrier preocupa autoridades locais pelo impacto econômico que poderia causar. "Entendemos as preocupações sobre a qualidade da água bruta e as práticas de tratamento. Mas devemos levar em conta o imperativo de conciliar os requisitos de segurança sanitária com a necessidade de preservar o emprego e a atividade econômica local", diz a presidenta do Conselho Departamental de Gard, Françoise Laurent-Perrigot,