Pesquisa sobre contaminação de tainhas no litoral sul de SP chega a conclusão perturbadora
O estudo foi desenvolvido pelo Instituto Federal do Paraná e recebeu ajuda de pescadores locais
Estudo desenvolvido pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR) apresentou um resultado perturbador: sete em cada dez tainhas pescadas no litoral sul de São Paulo possuem resíduos de plásticos no trato digestório.
Artigo publicado na revista científica “Biodiversidade Brasileira” mostrou que o organismo pode absorver substâncias químicas dos plásticos, potencialmente tóxicas, especialmente pelo consumo de peixes contaminados.
Algumas dessas substâncias químicas dos plásticos são associadas ao surgimento de doenças cardiovasculares e danos neurológicos.
Os pesquisadores analisaram 57 tainhas coletadas do Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia, área de conservação ambiental, localizada no litoral sul de São Paulo.
Os peixes foram coletados em quatro momentos, durante os períodos de 2016 e 2018, e os cientistas receberam ajuda de pescadores locais.
Gislaine Filla, coautora da pesquisa, afirmou, em entrevista à revista Galileu, que a maior parte do plástico não é reciclado e seu descarte impróprio é responsável por contaminar o meio ambiente.
O plástico acaba se transformando em partículas pequenas que não são visíveis, após entrar em contato com a água e sofrer atrito no solo.
Resultados após análise
Após análise, foi constatado que a microfibra de nylon, resíduo achado em 95% das amostras, é um dos principais componentes das cordas utilizadas por pescadores. Portanto, os peixes ingerem o material acidentalmente.
Além de prejudicarem o meio ambiente, os fragmentos podem provocar danos ao organismo humano, pois costumam conter produtos químicos, corantes, pesticidas e agrotóxicos.
Com o descarte irregular, os resíduos impactam negativamente os ambientes aquáticos e os seres vivos.
Com informações do Diário do Litoral.
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