O Saara, que se estende por 9,2 milhões de quilômetros quadrados ao norte do continente africano, é o maior deserto quente do mundo. Hoje, abriga diversas formas de vida adaptadas ao clima predominantemente árido, com temperaturas que podem ultrapassar os 50°C durante o dia.
Algumas das espécies mais comuns avistadas na região desértica são camelos, escorpiões e alguns répteis rasteiros.
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Mas esse enorme deserto esconde um segredo: há cerca de 10 mil anos, ainda era "verde", e civilizações antigas de humanos nômades viviam ali.
Indo ainda mais longe na história, ou melhor, na pré-história do mundo conhecido, há cerca de 100 milhões de anos, o Saara era o lugar mais perigoso do mundo, de acordo com cientistas.
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Pesquisadores da Universidade de Detroit Mercy e da Universidade de Portsmouth, nos Estados Unidos, coordenaram um estudo publicado na revista ZooKeys em que descrevem a vida no Saara durante o período Cretáceo. Na escala do tempo geológico, o Cretáceo faz parte da era Mesozoica, que compreende entre 145 e 66 milhões de anos atrás.
A região era o lar de "predadores ferozes", dizem os cientistas, como répteis voadores, crocodilos gigantes que caçavam num sistema de rios e, o mais assustador entre eles, dinossauros.
Fragmentos fósseis encontrados no deserto identificaram que três das maiores espécies de dinossauros, também as mais predatórias, viviam ali; dentre elas, os Carcharodontosaurus, que mediam mais de oito metros, com dentes serrados de 20 cm de comprimento e peso de até 6,2 toneladas, e os Deltadromeus, da família dos raptores, com cerca de oito metros de comprimento, pescoço longo e esguio e uma cabeça diminuta.
Além deles, havia répteis pterossauros, uma ordem extinta da classe Reptilia, que corresponde aos répteis voadores do Mesozoico.
A área que hoje forma o maior deserto do mundo era verde e repleta de água, de rios abundantes: e eram principalmente os peixes desses rios aquilo que os dinossauros mais perigosos do mundo comiam.
Mas os peixes também não eram comuns, é claro. Eram peixes gigantes, celacantos (classe de peixes sarcopterígios, extintos no período devoniano) e pulmonados, até oito vezes maiores que os peixes modernos.
Em 2018, além disso, foram descobertos os restos fósseis de uma nova espécie de dinossauro no Saara Oriental, o Mansourasaurus shahinae, um saurópode que viveu durante o Cretáceo Tardio, entre 100 e 66 milhões de anos atrás.