Alerta vermelho: pesquisas mostram que Lula precisa mudar o governo mais profundamente
O presidente precisa começar pelo seu entorno e tirar os puxas sacos que dizem só sim a tudo que ele pensa
A Pesquisa Quaest mostra que a situação do governo Lula entrou num barata voa completo. Tá todo mundo sem entender por que a popularidade do presidente caiu tanto. E, ao mesmo tempo, todo mundo achando - de forma correta - que isso tem muito mais a ver com o preço do supermercado do que com uma crise no mercado financeiro.
É o preço do prato de comida que tá pegando. Plagiando o James Carvlille, assessor do Clinton em 1992: é a economia popular, estúpido.
Mas como resolver isso sem fazer uma intervenção na economia? Como o governo pode criar taxas para conter a exportação de certos produtos, como o café, sem que isso tenha grande repercussão no mercado financeiro com um possível aumento do dólar que acabaria impactando na inflação?
O que o governo pode fazer então? O que mais especificamente o presidente Lula pode fazer?
Sem muito tergiversar, ele tem que mexer no time que está jogando. Pode mudar jogadores de posições, como fez com Padilha, e aproveitar outros que estão no banco e que poderiam botar a camisa e sair jogando, como um Jacques Wagner ou Gleisi.
Isso falando só dos ministros do campo petista, há muitas mudanças que poderiam ser feitas. Há gente que defenda que Haddad saia da Fazenda e vá pra Casa Civil. E que de repente Alckmin, que é um cara com bom trânsito no mercado, assuma a Fazenda pra tomar algumas decisões mais amargas.
Não dou pitacos sobre mudanças no governo, porque não tenho as informações necessárias sobre os bastidores que movem essas decisões. Mas o que me parece óbvio é que em time que está perdendo (e o time de Lula de repente começou a perder e pode ficar muito longe de uma virada) precisa de alterações.
Lula tem todas as condições de fazer a melhor escalação. Ele conhece o universo da política como ninguém. E deve estar de olho no Rio e Minas, por exemplo, sem descuidar do Nordeste. Porque sabe que dificilmente conseguirá a mesma votação que teve em 2022 em São Paulo, seja Bolsonaro ou Tarcisio seu adversário.
Enfim, muita água ainda vai rolar por baixo desta ponte até outubro de 2026. Ainda parece que essa queda nas pesquisas tem mais a ver com uma fotografia do que com um filme, mas é preciso ficar atento.
As mudanças precisam ser mais radicais do que as que estão sendo comentadas pela imprensa.