Que pesquisas presidenciais estão certas?

Nesta sexta-feira (6/5) saiu uma nova rodada da Pesquisa Ipespe. Lula está com 44% e Bolsonaro 31%. A diferença entre ambos é de 13 pontos. No segundo turno ela vai a 20. Lula 54% e Bolsonaro 34%.

A Ipespe é telefônica e feita com 1 mil entrevistados e curiosamente está alinhada com as que são feitas presencialmente. Ou seja, Datafolha, Ipec e Quaest. Nessas, Lula tem entre 10 e 15 pontos de vantagem nos últimos levantamentos de frente para o atual presidente.

Acontece que em outras pesquisas feitas por telefone os números são bem diferentes. O DataPoder e a Paraná Pesquisa, por exemplo, já mostram Lula e Bolsonaro empatados tecnicamente, com uma vantagem de 5 pontos para o petista. Como essas pesquisas têm margem de erro de 3% para cima ou para baixo, eles poderiam estar empatados.

Não parece um resultado razoável, já que Lula tem ampla vantagem no Nordeste e vem apresentando em pesquisas regionais vantagem para Bolsonaro nos dois maiores colégios eleitorais, São Paulo e Minas Gerais. E um empate técnico no Rio de Janeiro, o terceiro maior. No Sul, Lula também só perde por uma diferença razoável em Santa Catarina, estado com apenas 5 milhões de habitantes, menos da metade da população da cidade de São Paulo. No Rio Grande do Sul e no Paraná a situação também é de empate técnico.

Então por que essas pesquisas telefônicas dão resultados tão apertados? A hipótese de Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, é que elas, entre outros motivos, acabam conseguindo falar apenas com os eleitores mais engajados, que topariam responder em geral a robôs que lhes contatam via celular ou por telefone fixo.

Já na pesquisa casa a casa ou de fluxo (a presencial) o entrevistador apela para a pessoa lhe conceder apenas 5 minutos e aí conseguiria falar com eleitor um menos politizado.

Isso significa que o eleitorado de Bolsonaro é mais engajado? De alguma maneira sim. E as pesquisas mostram isso. Na Ipespe desta sexta, Bolsonaro tem 29% na espontânea e 31% na estimulada. Só 2% a mais votariam nele quando seu nome é apresentado pelo entrevistador. Já Lula, tem 38% na espontânea e 44% na estimulada. Mesmo tendo sido presidente por dois mandatos seu crescimento é de 6% com a apresentação do seu nome. E a diferença para Bolsonaro que é de 13% na estimulada cai para 9% na espontânea.

A eleição deste ano também será de alguma forma o tira-teima das pesquisas presenciais e telefônicas. Ao final do primeiro turno será possível saber que metodologia estava mais certa. Por enquanto o que temos é a hipótese de Marcos Coimbra que parece ser a melhor para explicar as diferenças.