ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro vai passar Lula nas próximas pesquisas?

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Créditos: Reprodução/YouTube
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A notícia desta semana foi o resultado da pesquisa PoderData que registrou Lula com 40% e Bolsonaro com 35% no primeiro turno.

E um segundo turno onde a diferença do ex-presidente para o atual passa a ser de apenas 9 pontos, 47% a 38%. No início de fevereiro a diferença era de 17 pontos, 54% Lula x Bolsonaro 37%.

Se o sinal amarelo já estava aceso nas hostes petistas, esse resultado divulgado na quarta-feira (13) levou uma parte da militância e da direção do partido a ter pesadelos com mais quatro anos de Bolsonaro à frente do país. Justificável, afinal de contas se isso vier a acontecer o Brasil pode caminhar para um regime de exceção nos moldes da Hungria.

Mas na mesma quarta-feira uma pesquisa da Sensus/IstoÉ mostrou números diferentes e menos alarmantes para os petistas. Lula tem 43,3% e Bolsonaro 28,8%.

Qual a diferença entre as pesquisas PoderData e Sensus? A primeira foi feita por telefone (ligações automatizadas, ou seja, feitas por robôs) com 3 mil entrevistados. A segunda tem metodologia presencial com 2 mil eleitores.

Lula tem se saído melhor em todas as pesquisas presenciais. E Bolsonaro nas telefônicas. O diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, já vem alertando para isso há alguns meses. Ele afirma que as pesquisas telefônicas acabam entrevistando mais os eleitores engajados, porque as pessoas que não estão tão interessadas na eleição acabam desligando a chamada, entre outros motivos. O fato de que a parcela mais pobre também é menos atingida pelo contato telefônico também explicaria a diferença. Imagine uma empregada doméstica respondendo uma pesquisa eleitoral ao lado da “patroa”. Ou um servente de pedreiro fazendo o mesmo num canteiro de obra.

Ou seja, a pesquisa PoderData pode significar mais uma recuperação de Bolsonaro nos setores médios e também um maior engajamento à sua candidatura. Mais isso do que uma recuperação extraordinária capaz de levá-lo a ultrapassar Lula. Pesquisas servem para ligar o alerta, não para acionar o modo pânico. Ainda tem muita eleição pela frente.

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