VIOLÊNCIA POLICIAL

VÍDEO: família de rapaz morto por PM por empinar moto pede justiça

Caso foi inicialmente registrado como queda acidental; Polícia Civil descobriu no hospital que Ruan morreu com um tiro na cabeça disparado por um PM

Ruan e sua mãe.Créditos: Redes Sociais/Montagem
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Ruan Corrêa Arruda da Silva, de 22 anos, foi morto na semana passada, no último dia da Operação Verão, com um tiro na cabeça disparado por um policial militar. O disparo ocorreu enquanto ele empinava sua moto junto com um grupo de amigos, no bairro Pae Cará, no Guarujá, litoral de São Paulo.

A princípio acreditava-se que Ruan havia morrido em consequência de uma queda, após atingir um carro estacionado. A Polícia Civil, no entanto, descobriu no hospital que o Ruan morreu com um tiro na cabeça, disparado por um PM que atuou na perseguição. O policial passou a ser investigado por homicídio.

Juliana Arruda, mãe de Juan, fez um desabafo em sua conta do Instagram comentando o caso:

“Peço justiça pelo meu filho Ruan, mais um jovem assassinado por alguém que era pra estar atrás de bandido, e meu filho não é bandido. Meu filho é trabalhador, muito educado, e pagou o preço de gostar de empinar de moto.”

Veja o vídeo abaixo:

A família de Ruan esteve na solenidade de encerramento da Operação Verão na última sexta-feira (7), no Guarujá. Luciano Santana, padrinho de Ruan, conversou com o Comandante Geral da PM, Coronel Cássio Araújo de Freitas, e pediu atenção ao caso que resultou na morte do motociclista.

"Queremos justiça. Então, a gente pede ao governador do Estado de São Paulo, ao capitão [secretário de Segurança Pública Guilherme] Derrite [...] para que seja feita justiça. Que isso não passe em branco para mais famílias não passarem por isso", disse Luciano em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo.

Santana disse ainda que a morte do afilhado foi uma "covardia feita por um policial despreparado". Ele pediu ajuda das autoridades e acrescentou: "matou o meu sobrinho e vem falar que a arma disparou. A gente não aceita isso", disse.

O que diz o governo, a SSP e a PM

O Coronel Cássio informou durante a cerimônia que um inquérito policial militar foi instaurado para apurar o ocorrido e que a corporação aguarda o laudo da perícia para tomar providências.

"A gente trabalha com transparência, com verdade. Tudo o que nós apurarmos, nós vamos divulgar para a população aqui do Guarujá e para a população da Baixada [Santista] também", disse. 

Ele não comentou se o PM foi afastado das atividades.

O governo do estado de São Paulo e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informaram através de nota que as polícias Civil e Militar investigam todas as circunstâncias da morte. "A PM reforça que não compactua com excessos e desvios de conduta de seus agentes, e pune rigorosamente os que não respeitam as diretrizes da corporação."

Com informações do G1

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