São Vicente: Profissionais da Educação mantêm greve por tempo indeterminado
Professores e demais servidores municipais do setor rejeitaram nova proposta apresentada pela prefeitura
A greve continua. Professores e demais servidores da Educação de São Vicente, no litoral paulista, rejeitaram, na noite de quinta-feira (10), a nova proposta apresentada pela prefeitura. A categoria reivindica valorização salarial da categoria.
A oferta previa um adicional de R$ 350 incorporado diretamente aos vencimentos de todos os trabalhadores da área, fazendo o auxílio-educação chegar a R$ 600.
A assembleia, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem), considerou a contraproposta pior do que a primeira, que previa reajuste de 3,5% no salário-base, que resultaria em um acréscimo de somente R$ 0,80 na hora-aula.
O sindicato defendeu que o valor proposto pelo Executivo não representa aumento real, mas, sim, um bônus temporário. Dessa forma, o valor não se incorporaria ao salário e não contribuiria para a aposentadoria.
A prefeitura divulgou uma nota informando que, para que não haja perda pedagógica, a concessão à primeira semana do recesso foi revogada para todas as escolas que não atingiram 50% de presença dos alunos.
Na prática, as aulas serão repostas na primeira semana do recesso, com a possibilidade de que a outra semana também seja usada para repor aulas.
Roberto Cicarelli Filho, presidente do Sintramem, criticou a proposta por criar uma divisão entre servidores ativos e aposentados. O dirigente ainda acusou o prefeito Kayo Amado (Podemos) de se beneficiar da greve, devido à economia gerada pela suspensão das aulas presenciais e da merenda escolar.
“Nunca vi um prefeito, diante de uma greve de professores e com as crianças em casa, apresentar uma proposta pior do que a anterior. Ele deu zero para os aposentados ao transformar os R$ 350 em um penduricalho, batizado de auxílio-educação. Isso é inaceitável, prefeito. O senhor tem que trabalhar para dar um aumento e valorizar os professores”, declarou o sindicalista, em entrevista ao Santa Portal.
Entre as reivindicações da categoria estão correção inflacionária de 4,82%; plano de recuperação salarial de 13,07%; aumento da cesta básica, de R$ 400 para R$ 805,84; e do auxílio-educação, de R$ 250 para R$ 700.
Diante do cenário de impasse, a greve continua por tempo indeterminado. Nesta sexta-feira (11), a diretoria do sindicato, Conselho de Representantes e Comissão de Greve percorrem as unidades para dialogar com a categoria com objetivo de fortalecer o movimento.
Protesto e audiência de conciliação
A agenda do sindicato prevê protesto, na segunda-feira (14), às 8 horas, em frente à Subprefeitura da Área Continental. Às 14 horas, na porta da prefeitura. Na terça (15), a manifestação será realizada na Secretaria de Educação (Seduc), nos dois horários.
Uma nova audiência de conciliação está agendada também para terça-feira (15), no formato remoto. A greve teve início do dia 3 de abril.
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