HISTÓRICO

STJ aplica pela 1ª vez decisão do STF e anula pena de usuário de maconha flagrado com 23g

Descriminalização do porte de maconha segue entendimento do STF, que definiu 40 gramas para diferenciar usuário de traficante

STJ aplica descriminalização da maconha pela 1ª vez.Créditos: Peter Pike/Pixabay
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aplicou pela 1ª vez a tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a descriminalização do porte de maconha e anulou a pena de um usuário preso em flagrante com 23g da droga. 

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Após a decisão do STF, a defesa do homem apresentou um recurso ao STJ para que a nova norma fosse aplicada. Por unanimidade, a Sexta Turma do STJ manteve o entendimento do Supremo, que descriminalizou o porte de maconha até 40g

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Além do porte de 23g da droga, o usuário também foi preso em flagrante por fumar maconha. Ele havia sido condenado a seis anos de prisão. A partir da tese da Corte, o STJ decidiu que não há crime, e sim infração administrativa. Agora, o processo será enviado ao Juizado Especial Criminal no Paraná para que avalie a aplicação de alguma medida administrativa.

Entenda a descriminalização da maconha

No dia 26 de julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão histórica e determinou que portar pequenas quantidades de maconha para uso pessoal não configura crime. Foram 8 votos a favor da descriminalização e 3 contrários.

Embora a Lei de Drogas já não previsse a prisão de usuários, o porte de maconha ainda era considerado crime, resultando em inquéritos policiais e processos judiciais. Com a decisão do STF, o porte deixa de ser crime e, se um usuário for flagrado com pequena quantidade, estará cometendo apenas um ilícito administrativo, sujeito a sanções administrativas e socioeducativas, como advertências sobre os efeitos das drogas e participação em programas ou cursos educativos.

O STF não "legalizou" a maconha. A descriminalização do porte para consumo pessoal não implica a legalização total, pois a produção, venda e distribuição de maconha ou qualquer outra droga continuam proibidas no Brasil.

O efeito prático da decisão é impedir que pessoas flagradas portando pequenas quantidades de maconha, desde que comprovado o uso pessoal, sejam penalizadas. 

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