Quando falamos de Jair Bolsonaro (PL), especialmente no período de perrengues que o ex-presidente enfrenta desde que foi derrotado nas urnas por Lula e caiu em desgraça total, sempre vem à cabeça o nome de Fabio Wajngarten, o fiel escudeiro do “capitão”, que durante seu governo ocupou por dois anos a Secom e, depois, tornou-se um de seus conselheiros mais próximos. Mas você deve ter notado que ele não esteve com Bolsonaro nas últimas viagens de arruaça do antigo ocupante do Palácio do Planalto, não é? Pois isso teria uma explicação.
Prestes a ser indiciado pela Polícia Federal no caso do roubo das joias do acervo presidencial que foram vendidas nos EUA, ocasião em que terá que acertar contas com o STF que tanto demoniza, o séquito de Bolsonaro começou a ver em Wajngarten alguém que tem uma espécie de “interesse pessoal” na proximidade com o ex-presidente e, desde então, ele vem sendo escanteado do convívio com o presidente. Seria um caso clássico de “fritura”, aqueles em que alguém se torna o culpado por todo o mal ocorrido e passa a ser desprezado e detestado.
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Ainda que oficialmente Wajngarten esteja participando da campanha pela reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo, o pupilo de Bolsonaro não foi visto nos últimos atos importantes relacionados à empreitada política, como o anúncio do vice de Nunes, o ultrabolsonarista coronel Mello Araújo, por exemplo, em que pese os dois se odiarem. O ex-Secom também não esteve também na visita do ex-presidente ao Pará ocorrida no último fim de semana.
O que se ouve no mundo político da extrema direita também é que Wajngarten andou pressionando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, para arranjar um cargo de secretário na área de comunicação do Executivo estadual paulista, o que resultou em mais uma “limada” por parte dos bolsonaristas de grosso calibre que cercam o carioca que se aventurou a governar o estado que sequer conhecia.
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O fato é que Wajngarten, de bolsonarista fiscal de bolsonarismo, atacando ferozmente qualquer político que não bajule 24 horas por dia o líder da extrema direita nacional (e procurando “falhas morais” em todo e qualquer aliado para estigmatizá-lo como um bolsonarista não puro), agora vê-se largado na pista pelo “comandante”, a quem até pouco tempo servia como um arremedo de porta-voz.
No entanto, no entorno bolsonarista mais próximo e nos círculos de assessoramento jurídico de Bolsonaro, o fato de Wajngarten ser um sujeito que sabe de absolutamente tudo que se passou nos últimos anos envolvendo o ex-presidente é fator de preocupação, uma vez que uma delação dele poderia causar implosões incalculáveis no grupo.