O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível e responde por uma série de crimes perante a Justiça brasileira, fez sua estreia como cabo eleitoral de Ricardo Nunes (MDB), que vai disputar um novo mandato como prefeito da cidade de São Paulo nas eleições deste ano.
Como de praxe, Jair Bolsonaro usou o expediente das fake news e do terrorismo eleitoral para atacar Guilherme Boulos, deputado federal e pré-candidato do PSOL, com apoio de Lula e do PT, à prefeitura de São Paulo.
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Em publicação realizada na manhã desta quarta-feira (20), o ex-presidente utilizou de maneira distorcida e descontextualizada uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a taxação de herança, para insinuar que, caso Guilherme Boulos se torne prefeito da cidade de São Paulo, casas e apartamentos serão tomados e repassados para o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
"A ministra do Planejamento já sugeriu 30% de imposto para os herdeiros. Numa fazenda de 1.000 hectares, 300 iriam para a turma do MST. O mesmo aconteceria nas cidades, com casas e apartamentos para o MTST", escreveu Jair Bolsonaro.
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A declaração do ex-presidente é uma fake news antiga que sempre é utilizada para atacar candidatos do PT e do PSOL. Trata-se de um terrorismo eleitoral que visa espalhar o pânico entre o eleitorado, sugerindo que "casas serão tomadas pelo MST ou MTST" caso candidatos de esquerda cheguem ao poder.
Mas a publicação do ex-presidente faz parte de uma ação coordenada, visto que, alguns minutos depois, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma publicação utilizando a mesma frase que seu pai sobre herança, MST e MTST.
O objetivo de Jair Bolsonaro é nacionalizar a disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo e transformá-la em um terceiro turno contra o presidente Lula, para quem perdeu o pleito nacional em 2022.