O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defende que a Polícia Federal (PF) siga sendo a responsável pela segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e familiares.
A declaração de Dino foi dada em entrevista ao blog da Andréia Sadi, no G1, nesta sexta-feira (23). Ele elogiou o trabalho realizado pela PF na segurança do presidente da República e família e ressaltou que, embora respeite o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), acredita que a corporação deve continuar responsável pela segurança.
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No entanto, ele destacou que a decisão final cabe ao Presidente da República, pois o assunto está diretamente relacionado a ele e sua família.
"Nós temos o debate em andamento. É uma decisão que o presidente Lula vai tomar na próxima semana", disse Dino nesta semana durante uma entrevista à imprensa.
Disputa
A disputa entre a Polícia Federal e o GSI, composto principalmente por militares, pelo comando da proteção do presidente da República tem gerado conflitos.
Parecia que a longa e conturbada “guerra” entre os militares do GSI e os agentes da PF para ver quem ficaria com a tarefa essencial de garantir a segurança pessoal de Lula havia chegado ao fim.
Na última segunda-feira (20), o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse numa conversa rápida com a imprensa, em Brasília, que o controle da atividade ficará nas mãos dos fardados do GSI, embora o modelo a ser adotado seja diferente do que existia anteriormente.
Atualmente, desde a posse de Lula, quem faz a segurança do chefe de Estado e de seu vice é a PF, por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata (Sesp), que deixará de existir dia 30 deste mês, como previsto no decreto que a criou no começo do ano.
A fala de Rui Costa, no entanto, aponta para um modelo “híbrido”, que teria o comando oficialmente nas mãos dos militares, mas o presidente poderia colocar agentes federais, ou até mesmo policiais militares estaduais, para protegê-lo, conforme seu desejo.
Pegadinha
Fontes ouvidas pela Fórum dentro do Palácio do Planalto e no setor responsável pela segurança do presidente nos dias atuais, no entanto, afirmam que a decisão pode conter uma “pegadinha”.
O comando ficaria com os militares e, na teoria, com o ministro-chefe do GSI, general Marcos Antonio Amaro, mas como Lula terá a prerrogativa de escolher os integrantes de sua equipe de guarda-costas, eles acabariam sendo os agentes federais que já vêm fazendo esse trabalho, usando a mesma estrutura atual da Sesp, que dá apoio logístico, administrativo e faz a articulação institucional.
Fórum antecipou
Em maio último, os jornalistas Henrique Meileres, da sucursal da Europa, e Mauro Lopes, de Brasília, reportaram na Fórum, com exclusividade, que a capital federal vivencia uma “guerra” invisível sobre a segurança pessoal do chefe de Estado e de governo, assim como a de Janja, do vice Geraldo Alckmin, de Lu Alckmin e de seus familiares diretos.
Em março, Mauro Lopes já havia antecipado que o Planalto é palco de uma guerra surda entre militares e civis pela segurança de Lula. Desde a posse de Lula a tarefa passou para as mãos da PF, a quem cabe gerir e coordenar a Sesp. Até a posse de Lula, a função era atribuição dos militares do GSI.