Durante o lançamento do programa Saúde com Ciência, do Governo Lula, nesta terça-feira (24), o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, foi perguntado sobre um possível envio de tropas das Forças Armadas para auxiliar as forças de segurança do Rio de Janeiro no combate às milícias e facções do narcotráfico. Dino revelou que fez a sugestão ao presidente Lula (PT) e anunciou que o mandatário se reuniu com José Múcio, ministro da Defesa, para tratar o assunto.
De acordo com a jornalista Camila Bomfim, que antecipou a informação no G1, a ideia do Governo Lula seria enviar as tropas sem que fosse preciso decretar uma intervenção federal. O próprio Dino descarta a possibilidade de uma intervenção federal, que avalia como inconstitucional e aponta que precisaria ser revista. A Defesa agora avalia a proposta.
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“Estamos debatendo o tema da participação das Forças Armadas em algumas áreas. Apresentei ao presidente Lula essa tese ontem, soube hoje que ele se reuniu com o ministro Múcio. Ele concordou com a possibilidade, tanto é que chamou o Múcio para conversar”, disse Dino.
Segundo Dino, a proposta prevê a ampliação da presença da Força Nacional nas áreas da zona oeste do Rio de Janeiro que são mais afetadas pela ação das principais milícias, entre elas o Bonde do Zinho, que incendeia parte da capital fluminense desde ontem. Mas para isso, frisa o ministro, será necessária a colaboração de governadores já que o contingente da tropa é restrito.
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Caos no Rio de Janeiro
O Bonde do Zinho, liderado pelo miliciano Luis Antonio da Silva Braga - o Zinho - é uma das milícias mais poderosas do Rio de Janeiro. Controla muitos territórios na zona oeste da capital, além de algumas comunidades na Baixada Fluminense.
O grupo tem tanto poder de fogo e capilaridade que, na última segunda-feira (23), após o seu número 2, Matheus da Silva Rezenda, o Faustão, ser morto durante a Operação Dinastia da Polícia Civil, o grupo incendiou a cidade. Literalmente.
Foram pelo menos 35 ônibus, 4 caminhões (incluindo um caminhão de entulho da Comlurb), uma estação de trem e uma composição ferroviária queimados em uma verdadeira operação de retaliação do grupo contra a morte da liderança.
O caos foi instalado na zona oeste do Rio e as empresas de transporte público recolheram boa parte dos seus veículos e suspenderam linhas por falta de segurança, deixando uma horda de trabalhadores à deriva na região, precisando voltar a pé para casa.
Mais de 15 quartéis do Corpo de Bombeiros foram acionados a partir das 14h49 por conta dos incêndios. Os locais com mais chamadas foram Guaratiba, Inhoaíba, Cosmos, Paciência, Santa Cruz e Campo Grande, todos na zona oeste do Rio. Também há chamados em bairros como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá.