Em nota divulgada em seu site oficial, o PT - Partido dos Trabalhadores - afirma que a "milícia bolsonarista promove terrorismo no Rio de Janeiro", relacionando o grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à situação caótica na capital fluminense, onde ao menos 35 ônibus, um caminhão e um trem foram incendiados depois que o miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, foi morto por agentes da Polícia Civil.
O texto foi em resposta ao atual senador e ex-vice-presidente, General Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que na rede X (antigo Twittter) fez uma publicação citando a violência no Rio, o Hamas e o PT.
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"O Hamas brasileiro em ação no RJ, aterrorizando a população de bem. Será que o governo do PT também vai passar pano nisso???", indagou o militar, que presidiu o Clube Militar do Rio de Janeiro, morava na cidade, mas se elegeu senador pelo Rio Grande do Sul, seu estado natal.
"Os bolsonaristas não aprendem mesmo, e continuam a usar o jogo sujo e a mentira como instrumentos para fazer política. O último absurdo veio do ex-vice-presidente Hamilton Mourão, que tentou utilizar as ações terroristas praticadas na segunda-feira (23) no Rio de Janeiro para atacar o PT. Após milicianos espalharem o terror nas ruas da Zona Oeste da capital fluminense, incendiando 35 ônibus e um trem, Mourão, hoje senador, fez uma postagem sem pé nem cabeça citando os ataques no Rio, o Hamas e o PT. É muita cara de pau", rebate o PT.
Em seguida, o partido do presidente Lula lista quatro fatores que mostram vínculos do clã Bolsonaro com as milícias cariocas.
- "os ataques recentes no Rio são obra da milícia que domina grande parte da cidade e tem claros vínculos com a família Bolsonaro;
- foram os filhos de Jair Bolsonaro que por diversas vezes homenagearam e até empregaram pessoas ligadas a essas milícias. Flávio Bolsonaro, por exemplo, empregava em seu gabinete na Alerj a esposa de Adriano da Nóbrega, chefe do chamado “Escritório do Crime”, morto em 2019;
- foi o governo Bolsonaro, do qual Mourão fazia parte, que facilitou o acesso a armas de fogo, que acabaram nas mãos de milicianos e do crime organizado de maneira geral;
- 4) as milícias cariocas cresceram em força, poder e armas durante o governo Bolsonaro e também durante a intervenção federal no Rio, em 2018, comandada pelo general Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022".
Mourão é quem passa pano
Nas redes sociais, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR) também rebateu o senador bolsonarista, dizendo que é ele "quem passa pano pra bandidagem".
"O que o Rio está vivendo é responsabilidade das milícias, fortalecidas por gente como Bolsonaro e seus comparsas, e não é de hoje. Pregaram o ódio, homenagearam bandidos, liberaram armas a esmo, que foram parar nas mãos do crime organizado, estiveram envolvidos na tentativa de golpe, que culminou no 8 de janeiro, e agora cobram do PT?! Quem passa pano pra bandidagem é o vice Mourão, cúmplice de todo esse caos, que quer anistiar golpistas", escreveu a deputada, lembrando o projeto de Mourão que quer anistiar os golpistas que participaram do 8 de Janeiro, incluindo os já condenados.
Em sua live semanal, Conversa com o Presidente, nesta terça-feira (24), Lula lembrou a forma "atabalhoada" como o antecessor criou decretos que possibilitaram o aumento exponencial de venda de armas, que caíram em grande parte nas mãos do crime organizado, como as milícias que atuam no Rio de Janeiro.
"A liberação de venda de armas nesse país de forma atabalhoada, ela fez com que o crime organizado se apoderasse de um arsenal que ele não tinha antes. Ele pôde comprar no mercado, autorizado, o que é um crime contra o povo brasileiro. Você viu o que aconteceu nas Forças Armadas com o roubo de metralhadoras e fuzis e estava chegando nas mãos do crime organizado", afirmou.