Missão Nordeste no Oriente Médio – Dia 2

Na Arábia Saudita, o interesse pelo Brasil é evidente — e pelo Nordeste, ainda mais. O Ministério do Investimento saudita (MISA) não apenas acolheu, mas mobilizou lideranças políticas e econômicas para o Brazil Northeast Day, apostando na construção de diálogos consistentes.

Empresas de múltiplos setores nos procuraram com atenção genuína. Querem conhecer, entender e se aproximar dos projetos prioritários apresentados pelo Consórcio Nordeste e pelos estados. Mas, mais do que investidores tradicionais, os sauditas se mostram parceiros em busca de cooperação real. Menos capital especulativo, mais vínculos estratégicos.

Há algo de espelho climático entre o sertão e o deserto. E essa identificação se revela nas conversas sobre segurança alimentar — uma obsessão deles, um desafio nosso. O interesse por nossa agricultura vem acompanhado da exigência por garantias de fornecimento e troca de tecnologias.

A Caatinga, tantas vezes invisibilizada, pode ser nosso trunfo: resiliente, produtiva, inteligente em sua convivência com o semiárido e ainda um sumidouro natural de CO2. O bioma que o mundo precisa aprender a respeitar.

A força da articulação regional também impressionou. Mais uma vez, o Nordeste mostrou-se afinado no passo e no tropeço, no cálculo e no improviso. Porque sabemos que travessia se faz junto — com coragem, afeto e estratégia.

O namoro que agora se inicia será longo. Os sauditas sinalizam interesse em parcerias estratégicas de longo prazo, com novas reuniões já previstas. Cabe a nós seguir mobilizados, firmes na capacidade de planejamento regional articulado, consistente, e de futuro. Afinal, são mais de 60 bilhões de reais em projetos que acabamos de apresentar ao mundo.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum