O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento nesta quarta-feira (10) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), como réu na ação que investiga Bolsonaro e outras personagens do alto escalão de sua gestão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Como era de se esperar, Jair Bolsonaro fez de seu depoimento um palanque para defender a sua gestão, criticar o governo do ex-presidente Lula (PT) e também defender suas teses sobre o sistema eleitoral brasileiro.
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Mas, se parte do depoimento de Jair Bolsonaro foi a reprodução de sua timeline das redes sociais, um momento chocou a internet e virou chacota logo em seguida.
Ao reproduzir uma série de frases do ex-presidente que atacavam o sistema eleitoral e os ministros do STF, Alexandre de Moraes destacou uma onde Bolsonaro afirmava que os magistrados recebiam milhões. Emparedado, Bolsonaro afirmou não ter provas sobre tal acusação e pediu desculpas a Moraes.
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Confira o raro momento no vídeo abaixo:
Bolsonaro faz palanque no STF com depoimento político, confuso e desconexo
Jair Bolsonaro (PL), irritado com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de não permitir que ele utilizasse uma série de vídeos durante sua oitiva na Primeira Turma do STF, abriu seu interrogatório na tarde desta terça-feira (10) com um discurso confuso e desconexo, mantendo claramente um tom beligerante e notoriamente político.
Já nas perguntas sobre sua identificação, o ex-presidente se negou a dizer onde mora “por ser pessoa pública e por razões de segurança”. No primeiro questionamento em relação ao processo, aproveitou seu direito de falar para elencar uma fantasiosa sequência de benfeitorias de seu mandato, citando “água para o Nordeste”, “fim da corrupção”, “montagem de um ministério técnico”, entre outros “exemplos”, embora seu governo tenha ficado conhecido pela inação administrativa, ações extremistas e negacionistas, integrantes completamente inaptos para os cargos ocupados e inúmeros escândalos de ilegalidade.
Moraes, aparentemente, não comprou a estratégia do réu. Ainda que pudesse interrompê-lo por estar falando sobre coisas sem nenhuma relação com a acusação que pesa contra ele, o ministro deixou o líder extremista à vontade para reverberar suas chorumelas. Durante todo o depoimento até o momento, Bolsonaro segue falando de “esquerda” e utilizando nomes como o de Flávio Dino, Lula, Dilma Rousseff e outras personalidades políticas e públicas que ele identifica como “comunistas” em suas manifestações direcionadas à bolha sectária da extrema direita.
Nas questões subsequentes, o ex-presidente ainda insistiu na tese amalucada de fraude eleitoral e seguiu citando adversários políticos em tom pejorativo, ainda que essas pessoas não tenham qualquer conexão com a ação penal em julgamento.