RAIMUNDO BONFIM

Ricardo Nunes mantém caixa bilionário à custa da miséria da população

É de causar indignação constatar que, apesar dos recursos abundantes à disposição, a pobreza e a desigualdade social têm aumentado na capital

Extrema pobreza em São Paulo.Créditos: Jorge Araújo/Fotos Públicas
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A situação alarmante da pobreza na cidade de São Paulo, que bate recordes a cada dia, é uma demonstração evidente da preferência do prefeito Ricardo Nunes pelos superricos. A extrema pobreza é um dos mais graves e degradantes problemas sociais de São Paulo mesmo sendo esta uma das cidades mais ricas e economicamente poderosas do planeta. É de causar indignação constatar que, apesar dos recursos abundantes à disposição, a pobreza e a desigualdade social têm aumentado na capital.

E, enquanto a elite privilegiada desfruta de uma vida de opulência e luxo, as camadas mais pobres da sociedade são relegadas ao abandono e miséria. A disparidade econômica é escandalosa, com os ricos enriquecendo cada vez mais às custas da exploração da mão de obra e dos recursos dos menos afortunados. É escandaloso presenciar tamanha concentração de riqueza nas mãos de poucos, enquanto a grande maioria da população enfrenta dificuldades diárias para sobreviver.

O prefeito Ricardo Nunes, que por dever de função deveria proteger os interesses e assegurar o bem-estar de todos e todas, governa apenas para os ricos. Os programas e políticas destinados ao combate da pobreza são meramente cosméticos, não enfrentam as raízes do problema e oferecem apenas paliativos. É um prefeito que, embora interessado em promover uma falsa imagem de sucesso e modernidade, age com fins meramente eleitoreiros. 

A falta de moradia adequada é um dos principais problemas da cidade, além do aumento de pessoas morando nas ruas de São Paulo. Enquanto prédios e condomínios de luxo são erguidos aos montes, os mais pobres são empurrados para favelas e moradias precárias, vivendo em condições desumanas. A falta de investimentos em habitação popular e a ausência de um plano efetivo para garantir moradia digna a população com baixa renda é mais um dos vários problemas enfrentados pelos paulistanos. 

Setores vitais como a educação e saúde pública também sofrem com o governo Ricardo Nunes. Escolas em condições precárias, falta de vagas em creches e a falta de atendimento médico adequado são apenas algumas das consequências da opção política do prefeito. 

O aumento da extrema pobreza em São Paulo é a prova material do fracasso do governo Ricardo Nunes. De acordo com dados do Cadastro Único da Prefeitura, entre julho e dezembro de 2022, houve um crescimento de 10,5% no número de famílias vivendo em extrema pobreza na capital paulista. Para ser considerada em extrema pobreza, a renda per capita mensal deve ser de até R$ 109.

Em julho de 2022, tínhamos 690.933 famílias nessa situação, e em agosto o número saltou para 704.073. O ano terminou com 760.386 famílias em extrema pobreza na cidade. Já em 2023, até março, o número de famílias nessa condição ultrapassava a marca de 792 mil. Uma tragédia que deve ser denunciada. 

Esses dados são extremamente preocupantes, pois representam um aumento de 20,8% em comparação com os três primeiros meses de 2022, quando tínhamos 632.248 famílias em extrema pobreza em janeiro, 647.522 em fevereiro e 655.880 em março. 

Dentre as pessoas cadastradas no CadÚnico, referente ao mês de fevereiro, 49.562 famílias foram marcadas como "em situação de rua". No entanto, apenas 34.700 dessas famílias têm o cadastro atualizado, o que indica uma falta de acompanhamento e assistência adequada aos mais necessitados – uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais aponta o número de 52.226 pessoas morando nas ruas da Capital. Vale lembrar a possibilidade de que muitos dos cadastrados vivam em favelas, casebres ou cortiços, enfrentando condições precárias e degradantes.

Chega a ser absurdo que, mesmo diante desses números alarmantes, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) tenha um valor recorde de aproximadamente R$ 34,9 bilhões em caixa, segundo dados de fevereiro deste ano, de acordo com a Secretaria Municipal da Fazenda. Esse montante é o maior já registrado na história. De que adianta ter bilhões em caixa, enquanto a extrema pobreza aumenta, com gente morando na rua e passando fome? 

Diante desse cenário de aumento da pobreza de um lado, e bilhões de reais em caixa em outro, é urgente e imperativo uma mudança de governo, já que o prefeito Ricardo Nunes não assume sua responsabilidade pelo aumento da extrema pobreza em São Paulo.  É inaceitável que uma cidade com tanto dinheiro em caixa continue permitindo que a essa situação se perpetue e que a desigualdade social se aprofunde. 

É preciso refletir urgentemente sobre um novo governo, que tenha um plano voltado a toda população, especialmente a mais carente, e priorize investimentos significativos em áreas vitais como combate a pobreza, enchentes e inundações, habitação, urbanização e regularização fundiária, educação e saúde, bem como programas de geração de emprego e renda, para garantir igualdade e uma vida digna para quem vive em São Paulo. Este é nosso desafio. E por ele vamos lutar. E vencer!

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum