“O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. A afirmação de Juracy Magalhães, embaixador do Brasil nos EUA (nomeado pelo marechal Castelo Branco, 1º presidente do ciclo da ditadura empresarial-militar, iniciada com o golpe de 1964), já foi balizadora da política exterior do Brasil.
Hoje, diante da visita de Lula à República Popular da China, muita gente deve estar se perguntando, parafraseando o embaixador da época da ditadura: “O que é bom para a China é bom para o Brasil?”.
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Ninguém falou isso. Xi Jinping, o atual "grande timoneiro" daquela nação, disse que a China "quer se transformar em um grande país socialista moderno, (...) promover uma abertura de alta qualidade e destravar novas oportunidades para o Brasil e outros países ao redor do mundo".
Vários acordos foram assinados durante a permanência da delegação brasileira por lá: há um empréstimo de R$ 6,5 bilhões do Banco de Desenvolvimento chinês; a produção conjunta de um novo satélite; a construção, por uma companhia chinesa, da ponte Salvador-Itaparica; a instalação de montadora de carros elétricos no país; o desenvolvimento do 5G, banda larga, computação em nuvem e big data; programa de segurança alimentar e outras iniciativas. Os aportes totalizam cerca de R$ 50 bilhões.
Ao som de "Novo Tempo", do querido Ivan Lins, Lula e Jinping reiteraram o compromisso de "parceria estratégica, democratização das relações internacionais e multilateralismo".
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O enfrentamento do colapso ambiental e climático no planeta não teve grande relevância no encontro. Mas como a China é, paradoxalmente, uma das nações mais poluidoras do mundo e uma das que mais investem em energias alternativas – como a eólica e a solar –, espera-se que a comitiva brasileira (a ministra Marina estava presente) traga boas iniciativas e parcerias tecnológicas a serem implantadas no futuro.
O mais importante dessa visita, e que vale ser salientado, é que o Brasil, enfim, voltou à cena internacional com altivez e sendo reconhecido.
O que é bom para as relações internacionais, em ambiente de paz e sem hegemonia imperialista, é bom para o Brasil.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.