A prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que deve ser concretizada nesta quarta-feira (11) após ele retornar dos Estados Unidos, onde passava "férias" e encontrou Jair Bolsonaro (PL) antes dos atos terroristas, dá início ao desmonte para levar à cabo o fascismo bolsonarista implantado no país pelo governo de ultradireita conservador que foi varrido do poder pelas urnas.
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Na decisão em que determinou a prisão preventiva de Anderson Torres a pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que a conduta do bolsonarista "só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha".
Moraes afirma que os comportamentos de Anderson Torres e do ex-comandante da PM do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, que também teve a prisão preventiva decretada após ser afastado pelo interventor, Ricardo Capelli, colocou a vida de Lula, parlamentares e dos ministros do STF em risco.
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"Os comportamentos de ANDERSON GUSTAVO TORRES e FÁBIO AUGUSTO VIEIRA são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do Presidente da República, dos Deputados Federais e Senadores e dos Ministros do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL".
Prisão de terroristas de Bolsonaro
Na sentença, Moraes ainda dá um claro sinal do que deve ocorrer com Bolsonaro ao classificar como "organização criminosa que atenta contra a Democracia e o Estado de Direito, especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República".
Após relatar uma "rede virtual de apoiadores", Moraes ressalta que "a omissão das autoridades públicas, além de potencialmente criminosa, é estarrecedora, pois, neste caso, os atos de terrorismo se revelam como verdadeira “tragédia anunciada”, pela absoluta publicidade da convocação das manifestações ilegais pelas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, tais como o WhatsApp e Telegram".
O ministro do STF diz ainda que "a organização, participação, financiamento e apoiamento a esses acompanhamentos terroristas configura crime passível de imediata prisão em flagrante, uma vez que a lei antiterrorista admite a punição, inclusive, de atos preparatórios", sinalizando o que pode ser o destino de Bolsonaro, caso realmente cumpra sua palavra e retorne ao país.
Leia a íntegra da decisão.