Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e interventor na área de segurança pública do Distrito Federal (DF) nomeado pelo presidente Lula (PT), acusou Anderson Torres de ter participação direta nos atos terroristas de domingo (8), em Brasília.
Ele declarou que as ações promovidas por golpistas foram resultado de “um ato de sabotagem” do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e agora ex-secretário de Segurança Pública do DF.
“O que faltou no domingo foi comando, foi o comando e a liderança da Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Nessas poucas horas à frente da secretaria, eu posso afirmar que o que aconteceu não foi por acaso. Foi um ato de sabotagem do secretário Anderson Torres”, afirmou Cappelli, em entrevista à CNN Brasil, nesta terça-feira (10).
“Estou há 36 horas com os oficiais aqui da Polícia Militar do DF e todos atenderam prontamente ao meu comando. O que posso dizer é que faltou comando, liderança da Secretaria de Segurança”, destacou.
“No domingo, dia 1, na posse do presidente Lula, nós tivemos uma posse com milhares de pessoas e uma posse com uma operação de segurança extremamente exitosa e elogiada por todos. O que mudou em sete dias? Do dia 1 para o dia 8?”, questionou.
“Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, afirma Cappelli
Ele mesmo respondeu: “É simples. No dia 2, Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, assumiu a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, exonerou todo o comando da secretaria, mudou todo o comando e viajou”, ressaltou o interventor.
“Se isso não é sabotagem, eu não sei o que é. O problema não são os oficiais, não é a corporação, não são os oficiais da Polícia Militar. Nas últimas 36 horas, eu tive ao meu lado, praticamente sem dormir, dezenas de oficiais, de delegados da Polícia Civil do DF que cumpriram suas missões. O que faltou no domingo foi a liderança da Secretaria de Segurança. Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, acrescentou Cappelli.
Márcio França pede destituição de Torres do conselho do Aeroporto do Galeão
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, pediu à Infraero a destituição de Anderson Torres do Conselho de Administração da Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro S.A., que opera o Aeroporto do Galeão.
A concessionária foi comunicada da decisão e vai realizar uma Assembleia-Geral Extraordinária para atender à solicitação. Torres havia sido nomeado para o conselho por Bolsonaro.