O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de determinar, na tarde desta terça-feira (10), a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, recentemente exonerado por acusações de sabotar a segurança da Praça dos Três Poderes e assim colaborar com os ataques bolsonaristas a Brasília no último domingo (8).
Em viagem aos Estados Unidos com a família, a previsão para o retorno de Torres ao Brasil, e sua consequente prisão, é de que ocorram no fim do mês. A decisão foi motivada por pedido do advogado-geral da União, Jorge Messias, que solicitou a prisão tanto de Torres como de demais agentes públicos que participaram dos ataques direta ou indiretamente, por ação ou omissão.
A casa de Torres passa, em paralelo, por operação de busca e apreensão da Polícia Federal, na tarde desta terça. O imóvel fica na nobre área do Jardim Botânico, dentro do condomínio Villa de Montagne, mesmo local onde Bolsonaro procurou casa recentemente. De acordo com a cobertura da CNN, Torres teria dito que o seu celular foi clonado, a fim de livrar-se de possíveis conteúdos acusatórios contra si presentes no aparelho. Mas o dado é no mínimo curioso em se tratando de um cidadão que teve, a partir das prerrogativas dos cargos que ocupou recentemente, as melhores condições de segurança física e digital disponíveis no país.
Após o fim do mandato de Jair Bolsonaro (PL) com a chegada de 2023, Torres ficaria sem cargo e logo foi alocado como Secretário de Segurança Pública pelo então governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), hoje afastado do cargo por Moraes. Mal tomou posse, Torres se mandou para a Flórida, dias antes dos atos de terrorismo que o mundo assistiu em Brasília. À Folha, Torres se explicou. Disse que a viagem se trata de férias familiares programadas há tempos e que lamenta os episódios sucedidos em Brasília, além de dizer que não prevaricou.