Depois de ser o primeiro ex-presidente da história dos EUA a se tornar um criminoso condenado, Donald Trump saiu atirando para todos os lados e se vitimizou. Em entrevista na porta do Tribunal de Manhattan, onde um júri de 12 nova-iorquinos - cinco mulheres e sete homens - proferiu a decisão, o republicano criticou o "julgamento vergonhoso".
O pré-candidato republicano às Eleições Presidenciais de novembro foi considerado culpado de todas as 34 acusações no caso histórico de pagamento de dinheiro de silêncio contra ele.
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Trump expressou forte desapontamento e raiva com a decisão dos jurados e descreveu o veredicto como uma "farsa" e "perseguição política". Ele alega tratar-se de uma tentativa de seus adversários de impedir sua candidatura no pleito de novembro e diz que o julgamento foi injusto, pois afirma não ter tido a oportunidade de se defender adequadamente. Criticou tanto o juiz quanto os promotores do caso.
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O extremista também reiterou que nunca cometeu qualquer crime e que todas as acusações contra ele são fabricadas. Ele prometeu continuar lutando contra o que chamou de "caça às bruxas" e apelou aos seus apoiadores para se manterem firmes e resilientes. Além disso, anunciou que pretende apelar da decisão e está confiante de que será exonerado em instâncias superiores.
Confira a fala de Trump
"O verdadeiro veredicto será em 5 de novembro, pelo povo... sou um homem muito inocente", disse o ex-presidente aos repórteres, culpando o presidente Joe Biden, o procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, e o juiz que supervisionou o julgamento.
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O presumível candidato republicano à presidência em 2024 também acusou o juiz da Suprema Corte de Manhattan, Juan Merchan, de ser "conflituoso" e "corrupto", alegando que sua decisão de não conceder a mudança de local do julgamento para fora de Manhattan — um distrito que majoritariamente apoia Biden — levou diretamente ao veredicto de culpa.
"Nosso país inteiro está sendo manipulado agora. Isso foi feito pela administração Biden para ferir ou prejudicar um oponente, um oponente político. E eu acho que é uma desgraça. E continuaremos lutando. Lutaremos até o fim e venceremos. Porque nosso país foi para o inferno. Não temos mais o mesmo país. Temos uma confusão dividida. Somos uma nação em declínio, sério declínio", disse ele.
Assista
Doações para campanha
Trump anunciou posteriormente uma coletiva de imprensa no arranha-céu de Midtown para as 11h (horário de Nova York) desta sexta-feira (31).
Os comentários do ex-presidente vieram minutos depois de ele lançar um memorando de arrecadação de fundos em sua página no Truth Social, chamando a si mesmo de "prisioneiro político".
Ele implorou para que "10 milhões de verdadeiros patriotas MAGA" (Make America Great Again, Faça a América Grande de Novo, em tradução livre, slogan dos apoiadores de Trump) doassem para sua causa, continuando a afirmar que "não fez nada de errado!"
Foi um dos vários anúncios prontos que foram divulgados nas redes sociais de Trump, todos alegando que a condenação era um artifício para mantê-lo fora da Casa Branca.
A mesma mensagem foi colocada em sua conta no WinRed, ao lado de sua foto de ficha criminal de sua prisão por causas de extorsão em Atlanta, Geórgia, dizendo que os fundos mostrariam a "Desonesto Joe Biden" que suas chances de um segundo mandato "terminam hoje".
"O SEU APOIO É A ÚNICA COISA ENTRE NÓS E A TIRANIA TOTAL!" dizia o memorando, divulgado pelo Trump National Committee JFC.
O site, uma plataforma de doações republicanas, aparentemente foi inundado com apoio e caiu após as postagens de Trump.
Michael Cohen, o ex-advogado "resolvedor" de Trump — que se voltou contra o ex-presidente no julgamento — também divulgou uma mensagem momentos após a decisão ser alcançada, aparentemente celebrando o veredicto contundente de culpa.
"Hoje é um dia importante para a responsabilidade e o estado de direito. Embora tenha sido uma jornada difícil para mim e minha família, a verdade sempre importa", escreveu.