A celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre China e Brasil em 2024 revelou uma parceria que transcende fronteiras geográficas e culturais e tem se consolidado em áreas como tecnologia, agricultura, energia e intercâmbio cultural.
De projetos de satélites a iniciativas educacionais e culturais, a cooperação sino-brasileira é exemplo de colaboração sul-sul com impactos globais.
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O documentário "China e Brasil caminham de mãos dadas", produzido pelo Grupo de Mídia da China (CMG, da sigla em inglês) tem duração de 50 minutos. O vídeo traz entrevista com especialistas, pesquisadores e figuras culturais que abordam temas como as relações históricas, científicas, culturais e econômicas entre o Brasil e a China.
O documentário em mandarim e português com narração traz imagens de locais no Brasil, como Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso e São Paulo; e China, Pequim e Xangai.
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Tecnologia e sustentabilidade
Desde o lançamento do primeiro satélite sino-brasileiro de recursos terrestres em 1999, os dois países vêm ampliando sua colaboração tecnológica. O programa CIBERS, com satélites desenvolvidos em conjunto, permite monitorar desmatamentos na Amazônia e avaliar cultivos agrícolas.
A recente introdução de tecnologias de radar de abertura sintética (SAR) no CIBERS-6 marca um novo avanço ao possibilitar imagens detalhadas mesmo em condições climáticas adversas.
Além disso, a tecnologia chinesa de ultra-alta tensão tem transformado o setor elétrico brasileiro. Projetos como a linha de transmissão de Belo Monte, que conecta a energia limpa da Amazônia ao sudeste do Brasil, exemplificam o impacto dessa parceria.
A iniciativa também beneficiou comunidades locais, como a vila de Maria Dolina, no Tocantins, onde melhorias na infraestrutura de energia e a instalação de uma fábrica de sucos impulsionaram a economia local.
Agricultura e comércio
A China é o principal destino de produtos agrícolas brasileiros, com destaque para soja, milho e açúcar. O Porto de Santos, maior da América Latina, desempenha um papel crucial nessa relação comercial, conectando produtores brasileiros ao mercado chinês.
Projetos de modernização e expansão do porto prometem aumentar sua capacidade de exportação, reforçando ainda mais a importância estratégica dessa rota comercial.
Cultura e educação
O intercâmbio cultural entre os dois países também ganha destaque. No 50º aniversário das relações diplomáticas, eventos culturais aproximaram as duas nações.
A Orquestra Bluforte de Copacabana realizou uma apresentação na Universidade de Pequim durante o Festival do Meio Outono, enquanto mestres brasileiros de capoeira compartilharam a arte marcial com estudantes chineses, promovendo um diálogo cultural rico e dinâmico.
No âmbito acadêmico, iniciativas como as traduções dos clássicos chineses para o português pelo sinólogo brasileiro Giorgio Sinedino ampliam o entendimento mútuo entre as culturas.
A cooperação científica também avança, com estudos conjuntos sobre mudanças climáticas na floresta de Caatinga, contribuindo para estratégias de mitigação e adaptação.
Uma parceria para o futuro
A relação entre China e Brasil, construída ao longo de cinco décadas, reflete um compromisso contínuo com o desenvolvimento sustentável, a inovação tecnológica e o respeito mútuo.
Como afirmou um dos entrevistados do documentário que celebra essa parceria, "os próximos 50 anos estão sendo erguidos agora". Essa colaboração promete não apenas beneficiar ambos os países, mas também estabelecer um modelo de cooperação para um mundo mais integrado e próspero.
Assista ao documentário