Uma proposta de legisladores republicanos do Arizona pretende alterar a Constituição do estado para que os condenados à pena de morte sejam executados por pelotão de fuzilamento em vez de injeção letal. A medida precisa ser aprovada por ambas as câmaras do Legislativo para ser submetida aos eleitores, por referendo, em 2026.
O autor do projeto é o deputado republicano de Scottsdale Alexander Kolodin. Ele afirma ter se inspirado em uma revisão independente da pena de morte que a governadora Katie Hobbs encomendou e posteriormente suspendeu. Escrito pelo juiz federal aposentado David Duncan, o relatório encomendado detalhou os inúmeros problemas que o estado encontrou ao tentar obter a droga usada para injeções letais.
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Kolodin também citou outro juiz federal aposentado, Alex Kozinski, que em 2014 escreveu no Wall Street Journal que o pelotão de fuzilamento deveria ser restabelecido porque era "infalível", diferentemente da injeção letal.
Outros estados também estão pensando em trazer de volta este método de execução, incluindo Idaho, onde os legisladores estão tentando torná-lo a forma padrão de execução.
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Uma reportagem da revista Rolling Stone, de 2023, apontava que o presidente dos EUA, Donald Trump, também teria simpatia pelo pelotão de fuzilamento. Pouco depois de tomar posse, ele assinou uma ordem executiva para expandir a pena de morte, confirmando uma expectativa generalizada de que o Departamento de Justiça pode buscar esse tipo de punição com mais frequência sob sua administração. Sua primeira gestão realizou mais execuções do que qualquer presidente estadunidense em pelo menos um século.
Método mais... humano?
Kolodin pontua que, em sua avaliação, a morte por fuzilamento é um método "mais humano".
"Um prisioneiro é amarrado a uma cadeira cercada por sacos de areia (para pegar balas e sangue) enquanto um médico prende um pedaço de pano branco sobre seu coração. Cinco atiradores armados com rifles (um carregado com balas de festim) miram e atiram. Se bem-sucedido, o preso condenado perde a consciência rapidamente. Se não… Humano?", rebate o colunista do Arizona Republic, EJ Montini.
Além do argumento do deputado, Montini questiona a pena capital em si. "Também sabemos que réus ricos se saem melhor do que os pobres em casos de pena de morte, o que significa que a justiça raramente é igualitária. E sabemos também que vários presos condenados foram exonerados de todas as acusações após serem enviados ao corredor da morte. O número agora é de 200 desde 1973", detalha.
"Talvez você ainda queira matar os bandidos que já estão presos. Tudo bem. Só não diga que é humano", diz o jornalista.
Com informações do Arizona Mirror